Salmão do Atlântico e coho: a rota de expansão das espécies no Brasil
Aquicultura

Salmão do Atlântico e coho: a rota de expansão das espécies no Brasil

Salmão do Atlântico ainda lidera as importações chilenas para o Brasil, mas coho começa a ganhar mais espaço nas gôndolas e no food service

26 de setembro de 2025

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Com o consumo consolidado e volumes expressivos de importação, o Brasil mantém-se como o principal destino do salmão chileno na América Latina. A combinação entre características visuais, proximidade geográfica, versatilidade culinária e sazonalidade têm favorecido a diversificação da oferta — especialmente com o avanço do salmão coho (Oncorhynchus kisutch) no portfólio exportador do país. De acordo com dados da ProChile, as exportações de salmão do Chile para o mercado brasileiro ultrapassaram US$ 915 milhões em 2024, representando um salto expressivo frente aos US$ 603 milhões registrados em 2019. 

Embora o salmão do Atlântico e a truta ainda representem a maior parte do volume exportado, o coho — comercializado em versões sem cabeças e evisceradas — vem registrando crescimento acelerado. Entre janeiro e maio de 2024, os embarques da espécie somaram US$ 19,8 milhões, alta de 22,5% sobre os US$ 16,1 milhões no mesmo período do ano anterior. “Observamos que a resposta do consumidor a esse tipo de oferta, que responde à necessidade de uma dieta saudável, nutritiva e de fácil preparo, seja frito na frigideira, assado no forno ou cru em preparações frescas, tem sido decisiva para o aumento de novos formatos e apresentações, principalmente no varejo”, destaca Hugo Corales, diretor comercial da ProChile no Brasil.


 

Varejo em disputa

Nas gôndolas brasileiras, o coho já começa a disputar espaço com o tradicional salmão do Atlântico - um exemplo é a força da espécie na comercialização da chilena AquaChile. Max Dominguez, diretor de vendas da companhia, conta que as exportações da empresa para o Brasil alcançaram US$ 320 milhões em 2024, com cerca de 90% do volume sendo salmão do Atlântico fresco, mas só o coho apresentou crescimento superior a 36% no primeiro trimestre de 2025. “O equilíbrio entre preço competitivo, versatilidade no processamento e apelo visual tem posicionado o coho como uma alternativa cada vez mais valorizada em relação ao salmão Atlântico”, reforça Dominguez.

Segundo ele, a estratégia da empresa para ampliar a presença da espécie no Brasil passa por diferentes frentes. “Educação do consumidor, parcerias com distribuidores locais, desenvolvimento de produtos com valor agregado e no posicionamento como uma alternativa ao salmão do Atlântico”, diz. Já a sazonalidade, cuja colheita ocorre entre setembro e fevereiro, com maior volume entre outubro e dezembro, faz com que o peixe seja comercializado congelado no restante do ano.


Food service começa a reagir

Enquanto o varejo puxa a demanda por novas espécies, o food service começa a responder de forma mais cautelosa. Conforme Max Dominguez, o preço mais estável e os cortes diferenciados do salmão coho têm sido fatores-chave para seu crescimento no canal de alimentação fora do lar. “Essa vantagem tem sido especialmente valorizada por restaurantes, sushi bares e serviços de catering, onde o controle de custos é essencial”, observa.


Coho: tendência ou realidade?

A Cermaq é outra exportadora de salmão chileno ao Brasil que acompanha de perto o comportamento do mercado e os sinais de transformação. “O coho chegou para ficar”, fala Felipe Katata, presidente Cermaq Brasil. 

Segundo ele, a espécie já representa 10% do volume total de exportações da companhia, assim, ao lado do Atlântico, que tem liderança absoluta, o peixe ganha status de alternativa estratégica. “O panorama é positivo porque, dentro de uma conjuntura global que inclui aumento de produção na Noruega e melhores condições operacionais no Chile, o Brasil segue como destino prioritário para o salmão chileno na região”, analisa Katata.

Para ele, a diversidade de espécies amplia as possibilidades do mercado e não representa, necessariamente, uma competição. “Não é que o coho seja melhor que o salar [Atlântico], nem o contrário. São produtos diferentes, com usos distintos. Isso amplia as possibilidades de consumo como um todo”, destaca.

 

Este texto faz é a Parte 03 da seção "Capa" da Seafood Brasil #59. Para ler esta e outras matérias desta edição na íntegraclique aqui.

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Créditos imagens: Canva

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