Recorde atrás de recorde: os números da piscicultura BR em 2024
Em lançamento do Anuário 2025 da PeixeBR, publicação constatou que atividade atingiu 968,7 mil toneladas em 2024
18 de julho de 2025
A piscicultura brasileira não apenas manteve sua trajetória de crescimento: ela também acelerou o passo em 2024 e mergulhou no crescimento da atividade, ultrapassando a marca histórica de 968,7 mil toneladas produzidas.
No lançamento do Anuário 2025 da Associação Brasileira da Piscicultura (PeixeBR), realizado na Fiesp, em São Paulo, os números recordes foram celebrados por lideranças e autoridades, entre elas o ministro da Aquicultura e Pesca, André de Paula.
"Nos últimos dez anos, a fonte de proteína animal que mais cresceu foi o pescado", afirmou o ministro. Para ele, além de celebrar os avanços, o anuário permite uma visão mais clara dos desafios e gargalos que ainda precisam ser superados para garantir a sustentabilidade e expansão do setor.
O crescimento contínuo da piscicultura brasileira reforça o papel estratégico da atividade na economia do País. Desde 2015, quando o levantamento da PeixeBR teve início, a produção saltou de 638 mil toneladas para os atuais números recordes.
Para de Paula, acompanhar essa evolução de perto é fundamental. "Nesses dois anos de governo, participei de três lançamentos do anuário, o que demonstra a importância que conferimos a esse momento. Esse documento funciona como um farol, uma bússola que os nossos produtores têm para planejar sua atividade", disse.
Atividade em expansão“Em um ano marcado pela oscilação de preços da tilápia ao produtor, nossa espécie mais relevante, a atividade superou adversidades e não apenas manteve o ritmo de crescimento como acelerou o avanço, aproximando-se de 1 milhão de toneladas”, assinala Francisco Medeiros, presidente executivo da PeixeBR.
A tilápia seguiu como carro-chefe do crescimento, alcançando 662,2 mil toneladas, um avanço expressivo de 14,3% sobre o ano anterior. Em contrapartida, os peixes nativos enfrentaram um cenário desafiador, com leve retração de 1,8%, totalizando 258,7 mil toneladas, reflexo da menor produção na região amazônica. Já as outras espécies, ctomo panga, carpas e trutas, registraram alta de 7,5%, atingindo 47,8 mil toneladas.
Em resumo, considerando a oscilação dos preços da tilápia e a redução da produção de nativos, 2024 fechou com saldo positivo. Diversos Estados intensificaram o cultivo e/ou criaram condições para aumentar a oferta local e o avanço da piscicultura também reflete o fortalecimento do consumo interno. “Definitivamente, o brasileiro aprendeu a apreciar nossos peixes. Assim como na parte norte do País os nativos já fazem parte da alimentação das pessoas, a tilápia assumiu relevância indiscutível no centro-sul, tornando-se presença semanal no prato. Essa consistência da demanda é um ingrediente essencial para o contínuo aumento da produção desta que é a proteína animal que mais cresceu na última década”, ressalta Medeiros.
Os números revelados no Anuário da PeixeBR reforçam a potência da tilápia na cadeia produtiva de pescado no Brasil. Conforme o levantamento, Paraná, São Paulo e Minas Gerais seguem na liderança da produção da espécie. Já a expansão da tilapicultura foi observada em praticamente todas as regiões do País, com exceção do Norte, onde os peixes nativos seguem predominantes
Para a PeixeBR, o crescimento da tilápia reflete as condições favoráveis de cultivo, ao empenho dos produtores, ao retorno econômico da espécie e, na ponta, ao contínuo aumento do consumo em todas as localidades.
E, embora a tilápia continue dominando o setor, os peixes nativos e as “Outras espécies” também se destacam no cenário produtivo, apesar dos desafios do ano. Segundo a PeixeBR, a produção de nativos fechou o ano passado com 258.705 toneladas, registrando uma queda de 1,81% em relação ao ano anterior. Aqui, cabe dizer que o segmento enfrenta ainda um ciclo de retração em todos os Estados, especialmente na região Norte.
Para a entidade, não se pode dizer, no entanto, que 2024 tenha sido um ano negativo para os produtores de peixes nativos – afinal, a demanda foi boa e os preços também. Porém, preocupa o recuo da oferta na região Norte. “Esse cenário tem sido recorrente nos últimos anos. Bom pelo lado das cotações, mas ruim pelo lado da produção. Tal situação torna-se mais delicada num cenário de crescimento do consumo de peixes de cultivo em detrimento dos peixes de captura”, analisa Medeiros.
Já o segmento de “Outras espécies" manteve um crescimento sólido, com alta de 7,5% em 2024 e produção de 47.810 toneladas. O desempenho foi impulsionado pelo panga, que registrou um salto de 74% no Maranhão, consolidando-se como um novo vetor de crescimento. Com esse resultado, panga, carpas e trutas representam, juntos, 4,93% da produção brasileira de peixes de cultivo.
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Créditos imagem: Seafood Brasil
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