Os ingredientes para os antídotos da indústria do pescado em 2026
Pesca

Os ingredientes para os antídotos da indústria do pescado em 2026

Por Jairo Gund, diretor executivo da Associação Brasileira das Indústrias de Pescados (Abipesca)*

09 de dezembro de 2025

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*Artigo escrito para o Anuário Seafood Brasil #60

A indústria de pescado se encontra em um período de transformação impulsionada por mudanças no consumo, inovações tecnológicas e uma pressão crescente por sustentabilidade. A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), revelou através do relatório de SOFIA/FAO 2024, que a aquicultura superou a pesca de captura como a principal fonte de produção de animais aquáticos. E essa constatação demonstra um sinal muito claro: a direção que o setor está tomando. 

Claro que isso não representa que a pesca extrativa esteja em retração, mas apenas aponta a tendência para onde o setor cresce mais, bem como indica uma nova estratégia de reposicionamento de mercado frente a necessidade de abastecimento, tudo isso diante da constante pressão por proteínas saudáveis e ambientalmente viáveis. Em outras palavras, a previsibilidade ofertada pela aquicultura acaba forçando os players a terem uma maior necessidade de eficiência ao longo da cadeia, especialmente na produção primária onde mais de 70% dos custos estão alocados, o que acaba não permitindo improvisos sob pena de ficar pelo caminho. 

Desafios constantes da corrida em melhorias de conversão alimentar, segurança sanitária, redução de mortalidade e perdas na produção trazem o imperativo de investimentos em tecnologia genética, sistemas de cultivo sustentáveis e, principalmente, a necessidade de aceleração na maturidade dos sistemas de gestão aplicados em toda cadeia. 

Quanto à indústria extrativa, as tecnologias avançam no mundo disponibilizando sistemas de rastreamento de embarcações e sonares mais modernos e eficientes, o que se reflete em naus com melhores estruturas para a segurança naval, bem como motores e equipamentos com melhor eficiência energética - logo, mais sustentáveis por consequência. 

No entanto, é preciso frisar que há um grande antagonismo nisso - e este é o grande desafio. No Brasil, em especial, enquanto o setor busca caminhos de evolução na tecnologia, luta ao mesmo tempo contra o peso da burocracia e da insegurança jurídica regulatória. A gestão compartilhada entre o Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA) e o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), por exemplo, tem exposto a fragilidade deste modelo de administração. Afinal, eles paralisam avanços importante de ordenamentos que protegem os estoques e trazem a transparência ao setor e toda sociedade.


 

Este texto faz parte da série de artigos publicados no Anuário Seafood Brasil #60. Para ler este e outros artigos na íntegra presentes nesta edição, clique aqui.
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Créditos imagem: Divulgação/Abipesca

 

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