Foodtech de carne de pescado celular inaugura novo laboratório
Indústria

Foodtech de carne de pescado celular inaugura novo laboratório

Expectativa da Sustineri Piscis é apresentar, ainda em 2023, um empanado feito à base de carne de robalo

31 de janeiro de 2023

A aquicultura celular no Brasil deu mais um passo importante e está cada vez mais perto de se tornar uma realidade. Na semana passada, a Sustineri Piscis, primeira foodtech brasileira a cultivar carne de pescado em laboratório, inaugurou um novo laboratório, no Campus de Inovação e Metrologia do Inmetro, no Rio de Janeiro. 
 
A startup foi incubada por dois anos no Banco de Células do Rio de Janeiro, que também fica no Campus, em Xerém. A expectativa da empresa é apresentar, ainda em 2023, um empanado feito à base de carne de robalo, como destaca o portal do Inmetro, do Ministério da Economia.
 
O novo laboratório faz parte da terceira fase da pesquisa e é equipado com aparelhos que usam tecnologia de ponta, entre eles um biorreator que irá possibilitar que as células musculares obtidas nas duas primeiras fases (cultivo e escalonamento de linhagens celulares de cinco espécies comerciais e a imortalização de cultura das células primárias e a formação do banco de amostras) da pesquisa se multipliquem, cresçam e formem fibras musculares.
 
A Sustineri Piscis estima que até o final de 2024 estará no mercado com produtos para consumo humano. Até 2025, por meio do uso de técnicas e equipamentos que ainda estão em desenvolvimento, como bioimpressoras, a expectativa é produzir peças de carne estruturadas, do tipo filé de peixe, com razoável semelhança estrutural com os cortes de carne provenientes dos animais de criação ou de pesca.
 
“Carne genuína de pescado”
 
A Capa da 44ª edição da Seafood Brasil já havia apresentado como os produtos análogos ao pescado ou produzidos em laboratório representam uma nova fronteira de evolução do segmento. Leia aqui.
 
À Seafood Brasil, o idealizador da Sustineri Piscis, o biólogo marinho e fundador do Aquário Marinho do Rio de Janeiro, Marcelo Szpilman contou sobre a proposta de “carne genuína de pescado, produzida em laboratório, sem abate animal”, e como a empresa promete revolucionar o modelo tradicional de consumo ao propor a “aquicultura celular como uma solução inovadora escalável”.
 
“A gente está falando da carne do peixe sem o peixe. A carne é 100% saudável porque não tem nenhum metal pesado ou substâncias orgânicas existentes. Não tem espinha ou parasitas, então, é uma série de vantagens para o peixe da pesca selvagem e o peixe cultivado”, pontua. Segundo Szpilman, foi possível entender que a aquicultura celular seria o caminho mais interessante na medida que já estão em desenvolvimento, por exemplo, a garoupa verdadeira. “Essa é uma espécie ameaçada de extinção. Logo, na hora que consigo produzir sua carne estou fazendo também conservação”, fala Szpilman.
 
Claro, Szpilman reconhece que existem diversos lados diante desse tipo de produção, mas pondera que o escalável é o mais importante. “Por exemplo, hoje, quando se fala de carne cultivada de boi, é impossível qualquer um hoje dizer que vai dobrar o número de cabeças de gado ou a produção de gado no Brasil. É impossível”.
 
Por bioreprodução, Szpilman já garante ter conseguido a produção em laboratório de células da garoupa-verdadeira, cherne, linguado, robalo e tainha.
 
Créditos: Canva
 
 

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