Consumo nos Lares Brasileiros avança 2,63% no semestre
Mudança no perfil de compra revela preferência por itens de valor médio e alto
29 de julho de 2025
O Consumo nos Lares Brasileiros encerrou o primeiro semestre de 2025 com crescimento acumulado de 2,63%, conforme dados da Associação Brasileira de Supermercados (ABRAS). Na comparação com junho de 2024, a alta foi de 2,83%, enquanto, em relação a maio deste ano, houve avanço de 1,07%. Todos os dados foram deflacionados pelo IPCA, calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e abrangem todos os formatos de supermercados.
Esse desempenho, portanto, confirma a resiliência do consumo das famílias, mesmo diante da inflação persistente no grupo de alimentos e bebidas, que acumula alta de 3,69% no semestre — percentual acima da inflação geral, de 2,99%. De acordo com o vice-presidente da ABRAS, Marcio Milan, “ao longo do semestre, o consumidor pesquisou preços, trocou marcas, mas não reduziu o consumo em volume”.
Mudanças no perfil de consumo ganham destaque em junho
Em junho, observou-se uma alteração significativa no comportamento de compra das famílias. Com a deflação de alguns alimentos e o aumento da circulação de recursos na economia, os consumidores passaram a optar por produtos de valor médio e alto em diversas categorias, substituindo os itens mais baratos.
No caso das commodities, por exemplo, a participação dos produtos de menor preço recuou 6,3 pontos percentuais (queda de 13,6%). Por outro lado, os itens de preço médio cresceram 6,8 pontos, representando uma alta de 13,3% — o que indica uma migração clara para faixas de valor intermediárias.
A mesma tendência foi observada na mercearia. Em resumo, itens mais baratos registraram queda de 3,5 pontos percentuais (-5,3%), enquanto os de preço médio avançaram 4,1 pontos (+23,6%). Já no segmento de perecíveis, produtos com preços mais elevados ganharam destaque, com aumento de 2,5 pontos percentuais (crescimento de 12%). Como resultado, cerca de 60% do consumo desse grupo concentrou-se nas faixas de preço média e alta.
Além disso, na área de higiene e beleza, o padrão se repetiu: os produtos de maior valor subiram 2,8 pontos percentuais (+18,5%), ao passo que os de preço médio apresentaram queda de 2,2 pontos (-8,1%).
Diversidade de marcas amplia poder de escolha do consumidor
Outro fator relevante é a ampla variedade de marcas disponíveis no varejo alimentar. Em junho, foram identificadas 69 marcas de arroz, 61 de feijão, 18 de café, 16 de leite e 17 de açúcar, que juntas representaram cerca de 80% do consumo das famílias brasileiras. Esse cenário contribui diretamente para a capacidade de escolha dos consumidores, que encontram alternativas em diversas faixas de preço e qualidade.
Recursos injetados na economia impulsionam consumo
Paralelamente às mudanças no perfil de consumo, diversos recursos adicionais foram injetados na economia ao longo do semestre, impulsionando a capacidade de compra das famílias brasileiras. Entre os principais destaques estão:
--> Reajuste do salário-mínimo, de +7,5%, conforme dados do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE);
--> Liberação de R$ 12 bilhões via Saque-Aniversário do FGTS;
--> Repasses do Programa Pé-de-Meia, voltado a estudantes da rede pública;
--> Pagamentos do Bolsa Família, que somaram R$ 82,2 bilhões no semestre;
--> Transferências do Auxílio-Gás, com valor total estimado em R$ 1,74 bilhão;
--> Liberação do PIS/Pasep, prevista em R$ 30,7 bilhões para 2025;
--> Pagamento de R$ 12,06 bilhões em Requisições de Pequeno Valor (RPVs) pelo INSS;
--> Antecipação do 13º salário para cerca de 34,2 milhões de beneficiários do INSS, totalizando R$ 73,3 bilhões;
--> Reajuste salarial de servidores federais, que injetou R$ 17,9 bilhões na economia;
--> Primeiros lotes da restituição do Imposto de Renda, com montante estimado em R$ 22 bilhões entre maio e junho.
Créditos imagens: Canva
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