Alaska Seafood Global Tour reúne especialistas de pescado
Indústria

Alaska Seafood Global Tour reúne especialistas de pescado

Com apresentação de dez especialistas do mercado, evento foi realizado em formato de Webinar

11 de março de 2021

O Alaska Seafood Global Tour reuniu nesta quinta-feira (11), cases de sucesso de empresas globais de pescado em inovação, competitividade e lucratividade a partir do uso de matéria-prima do Alasca.
 
Com apresentação de dez especialistas do mercado, o evento foi realizado em formato de Webinar e teve organização do Alaska Seafood, da Seafood Show Latin America e da Seafood Brasil. 
 
Do Alaska, Hannah Lindoff, Diretora Sênior de Estratégia e Marketing Global da ASMI, comentou que há mais de uma década a empresa estabeleceu como prioridade fomentar os negócios com a América Latina e criar ligações diretas com as indústrias da região. “Isso se tornou uma realidade graças a um forte programa no Brasil. Além disso, no ano passado tive a experiência incrível de visitar o Peru e outras instalações. Eu fiquei impressionada com a magnitude de possibilidades para o Alaska e para os seus negócios”, destacou a diretora.
 
Também do Alaska, Dan Lesh, Consultor do McKinley Research apresentou o tema “Alaska Seafood e as oportunidades globais para o comércio de pescado congelado”. Segundo ele, a pesca da região soma em média 2,3 milhões de toneladas a um valor médio de US$ 2 bilhões. 
 
A região corresponde por 2/3 de toda a produção de peixes e frutos do mar dos EUA. “Cerca de 75% de toda a nossa produção é exportada, mas os EUA ainda correspondem como o nosso principal mercado. Já o principal parceiro comercial é a China" comentou. Anualmente, exportam mais de US$ 3 bilhões de seus produtos para mais de 100 países.
 
Pensando no consumidor final, os EUA também é o principal mercado do Alaska junto com Japão e Europa. Em 2020, os principais produtos enviados foram os eviscerados e sem cabeças. Já na América do Sul, a região da ASMR inclui Chile, Argentina, Brasil, México e outros países vizinhos. 
 
Segundo ele, a pandemia também impactou as atividades na região, provocando uma queda da exportação para todos países em 2020, mas a indústria conseguiu se manter nos mercados globais. "Para a nossa indústria, a pandemia elevou os custos operacionais e a atividade sofreu no ano passado. Tivemos um aumento de custo entre US$ 50 milhões e US$ 60 milhões para que os processadores pudessem continuar a operar junto com a pesca", contou.
 
Painel 1: Comércio Global de Pescado: adquirindo matéria-prima, processando e abrindo novos mercados
 
O Case do Peru: “Superando barreiras regulatórias” foi apresentado por David Epstein, presidente do Comitê de Pesca e Aquicultura da Sociedade Nacional de Indústrias e diretor executivo da Oceano Corporation. O grupo é da indústria pesqueira e tem uma grande importância para o envolvimento dos produtos do Alaska no Peru e região.
 
Conforme ele, a atividade gera mais de 1 milhão de empregos diretos e indiretos, sendo 50% dos trabalhadores mulheres. A exportação do pescado no país em 2019 chegou a US$ 1,5 bilhões de dólares, mas em 2020 sofreu uma queda de 26%, totalizando cerca de 1,1 bilhões de dólares. 
 
Epstein destacou as vantagens competitivas da indústria peruana de pescado. Ele também falou sobre a relação entre o setor público e privado para o desenvolvimento de oportunidades comerciais. No Peru, existem122 plantas de produtos congelados, 24 de produtos defumados e 65 para produtos enlatados.
 
Ele explicou a parceria estabelecida entre empresas do Alaska e empresas peruanas com o objetivo de tornar o país um holding para reprocessamento de matéria-prima. Conforme ele, o Peru foi escolhido por causa de sua localização geográfica. “O país tem um grande histórico na indústria pesqueira no mundo todo, os custos são competitivos, temos mão de obra bastante qualificada e temos capacidade de plantas para reprocessamento de congelados” destacou Epstein .
 
Já as oportunidades do acordo possibilitam complementar a indústria de pescado peruana. “Pensando na sazonalidade, as espécies também se complementam. Há uma oportunidade para ambas as partes. Como, por exemplo, os exportadores do Alaska e os reprocessadores do Peru que podem aumentar a rentabilidade”, finalizou.
 
Completaram a apresentação do Painel 1: Da Argentina, Franco Marabini, diretor da JP Klausen apresentou o case Global: “Desafios de um sortimento global”. Da Holanda, o Case: “Criando um hub europeu para reprocessamento e distribuição” de Mathijs van Asperen, Katch BV e o Case da China: “O maior hub global de reprocessamento” com Jerry Zhang da Ocean Gala.
 
Painel 2: Inovação, Competitividade e Marketing: Casos de Sucesso de Peixes do Alasca ao redor do mundo
 
O Case da Espanha: “Diversificando padrões culturais” apresentado por Julián Rodriguez Suárez, responsável pelo departamento de pesquisa e desenvolvimento da Nueva Pescanova, contou sobre a atuação da empresa especializada em pesca, cultivo e comercialização de frutos do mar.
 
A Nueva Pescanova é uma das poucas multinacionais com presença em toda a cadeia de valor do pescado. O grupo comercializa produtos em cinco continentes e teve o faturamento em 2019 de mais ou menos 1,5 bilhões de euros. 
 
Na sua apresentação, Suárez destacou o trabalho do grupo com o kani-kama e seus derivados no desenvolvimento de novos produtos a partir da matéria-prima do Alaska. Na parte da inovação, mesmo a empresa sendo uma multinacional presente em diversos países, Suárez contou a dificuldade que teve em se abastecer de matéria-prima suficiente. “Foi aí que entramos em contato com o kani do Alaska. Na verdade, é importante contar com o surimi [matéria-prima e um dos ingredientes do kani] do Alaska para a produção”, explicou. 
 
Conforme ele, outros fatores considerados pela empresa para manter a parceria são a gestão da indústria pesqueira do Alaska, a consistência e a qualidade do surimi. Além de ter uma boa base para o desenvolvimento de seus produtos, o importante para a Pescanova também é a sustentabilidade. “Então, colocando esses três pilares na mesa. O único lugar que conseguimos encontrá-los foi na região do Alaska”, revelou.
 
Já o trabalho de inovação da empresa permite personalizar inúmeros produtos. “Podemos fazer produtos customizados para cada mercado. O que nós precisamos fazer? Que tipo de mudança na receita da kani é preciso fazer? Ou mesmo nos aromatizantes para poder adaptar ao mercado ou ao gosto de cada uma das regiões. Isso são coisas que nós podemos", completou.
 
Completando a apresentação do Painel 2: Guilherme Blanke da Noronha Pescados apresentou o Case do Brasil: ”Inovando em um mercado amplo e competitivo”.
 
Painel 3: Varejo, Consumo e Marketing B2C: vendendo pescado em mercados internacionais
 
O Case do Brasil: “Mudanças e tendências nos padrões de consumo e o papel do pescado congelado” foi apresentado por Marcos Galvão, gerente comercial nacional de pescado do Grupo Pão de Açúcar (GPA).
 
O Grupo Pão de Açúcar está pulverizado em quatro países da América do Sul: Brasil, Argentina, Colômbia e Uruguai. Só no Brasil, as marcas do Grupo estão em 15 estados mais o Distrito Federal. Ao todo, são mais de 157 mil colaboradores.
 
Olhando para o cenário de pescado congelado no País, Galvão destaca que na pandemia os preços do pescado fresco acabaram potencializados por inúmeros fatores, possibilitando que os consumidores experimentassem também o pescado congelado. “Um dado relevante de tudo isso é que entre o peixe fresco e o congelado acabou gerando recompra, ou seja, o consumidor experimentou o pescado congelado e está recomprando o produto. Isso denota que a gente tem uma evolução importante nessa categoria do ponto de vista do consumidor”, pontuou.
 
Conforme ele, o aumento significativo visto nas espécies de cultivo e da pesca extrativa também geraram esse movimento de migração ao pescado congelado.
 
Outro ponto relevante observado foi a melhora da qualidade. “A evolução da qualidade do pescado congelado também contribuiu para isso, fazendo com que aumentasse a confiança do consumidor. Ele comprou esse produto, viu que é bom e está recomprando”, explicou.
 
A facilidade para armazenamento do pescado em casa também é destacada por Galvão. “As pessoas estão ficando mais em casa e estão armazenando um pouco mais de alimento neste período. Já o congelado tem uma data maior para se manter armazenado nas geladeiras”, completou.
 
O pescado congelado no GPA já vinha crescendo, mas no ano passado registrou um salto exponencial em vendas nas lojas físicas e no e-commerce - que vendeu acima de três dígitos em 2020. “ A gente entrou em 2021 muito acelerado também e a venda está alinhada ao que aconteceu no ano passado. Então, o e-commerce veio para ficar com a categoria”, falou.
 
Já nas lojas físicas, conforme ele, a maior preocupação se refere a segmentação do sortimento, ou seja, ter o produto certo na loja certa. “Nós temos todos os públicos dentro da companhia e a premissa que a gente tem para definição de produto congelado é que precisamos segmentar”.
 
Outro fator considerado pelas peixarias do GPA é o cronograma. “Temos procurado ao máximo simplificar o nosso ponto de venda com poucas marcas para facilitar esse consumo”, concluiu Galvão.
 
Completaram o Painel 3: Case EUA: “Valorizando peixes selvagens no varejo norte-americano” com Craig Morris, CEO Genuine Alaska Pollock Producers e o Case da China: “Vendendo e entregando altos volumes por e-commerce" com Xue Yan, Chunbo.
 
A apresentação completa está disponível aqui.
 
 
 
 
 
 

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