Setor de pescado pede crédito emergencial após tarifa dos EUA
Comercialização

Setor de pescado pede crédito emergencial após tarifa dos EUA

Abipesca solicitou ao governo federal uma linha de crédito emergencial de R$ 800 milhões a R$ 900 milhões

21 de julho de 2025

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O setor de pescado brasileiro vive um cenário de emergência após o anúncio da nova tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos sobre as importações do produto nacional. Diante da crise, a Associação Brasileira das Indústrias de Pescados (Abipesca) solicitou ao governo federal uma linha de crédito emergencial de R$ 800 milhões a R$ 900 milhões para evitar o colapso do setor.

O pedido foi formalizado por meio de uma carta encaminhada diretamente ao presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo o presidente da Abipesca, Eduardo Lobo, em entrevista à CNN, o impacto da tarifa já afeta toda a cadeia produtiva. “Para que a indústria não pare, nosso socorro precisa ocorrer 'ontem'. É um plano emergencial de resgate para um setor que vai quebrar”, afirmou o presidente.

Exportações travadas e mercado sem alternativas imediatas

O cenário é preocupante porque 70% das exportações de pescado do Brasil têm como destino os Estados Unidos. Em 2024, a expectativa da Abipesca era fechar o ano com US$ 600 milhões em vendas externas, sendo cerca de US$ 400 milhões provenientes do mercado norte-americano.

Com a nova tarifa, no entanto, a previsão já mudou drasticamente. A entidade estima que o setor deixará de exportar pelo menos US$ 200 milhões se o governo brasileiro não adotar medidas imediatas de apoio financeiro.

Diferentemente de outros produtos exportados pelo Brasil, como suco de laranja, café, carne e aço — cuja demanda pelos Estados Unidos é estrutural — o mercado de pescado foi praticamente paralisado. “Os americanos simplesmente suspenderam os pedidos e estão comprando de outros mercados da América Central. A cadeia produtiva ficou travada”, explicou Lobo.

Tarifa de 50% é considerada um xeque-mate para a cadeia aquícola

A nova alíquota, anunciada em 9 de julho pelo governo norte-americano, foi considerada a mais alta aplicada até o momento contra produtos brasileiros. O presidente da Abipesca destaca que, diante desse cenário, a situação da indústria de pescado é a mais crítica entre os setores afetados.

“A corda já arrebentou para os aquicultores. Se for para 60%, 70%, ou 80%, já não faz mais diferença. Não temos mais competitividade”, ressaltou Lobo. Segundo ele, o setor não pode esperar três meses por uma solução diplomática. “Precisamos de uma linha de crédito imediata para as indústrias exportadoras.”

Quando questionado sobre a possibilidade de desviar as exportações para outros mercados, Lobo admite que a União Europeia seria uma alternativa. Entretanto, o mercado europeu está fechado para o pescado brasileiro desde 2017, devido a embargos sanitários.

O acordo de livre comércio Mercosul-União Europeia traz alguma perspectiva para o médio e longo prazo. No entanto, conforme destaca, a situação exige uma resposta imediata. “Precisamos de uma excepcionalidade, algo emergencial”, reforçou.
 

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Créditos da imagem: Seafood Brasil

 

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