Auditoria da UE pode reabrir mercado ao pescado brasileiro em 2026
Anúncio foi feito pelo ministro do Mapa, Carlos Fávaro, e é uma das principais demandas do setor
19 de novembro de 2025
A União Europeia (UE) realizará uma auditoria nas plantas frigoríficas de pescado do Brasil no primeiro semestre de 2026, com o objetivo de reabrir o mercado europeu às exportações brasileiras. O anúncio foi feito pelo ministro da Agricultura e Pecuária e Abastecimento (Mapa), Carlos Fávaro, durante a Conferência de Ministros da Agricultura das Américas, nesta terça-feira (04).
“Com isso, nos primeiros meses de 2026, nós temos a oportunidade de, imediatamente, abrir o tão sonhado mercado do pescado brasileiro para a Europa”, declarou o ministro em reportagem do Estadão. Em reunião realizada no fim de outubro entre Brasil e UE, já havia consolidado avanços em temas sanitários e de facilitação de comércio (leia mais aqui).
As exportações de pescado para o bloco europeu estão suspensas desde 2017, como consequência de recomendações das autoridades sanitárias da UE. Desde então, o retorno desse comércio é uma das principais reivindicações do setor de pescado junto ao governo federal, o que ganhou ainda mais força diante das restrições do tarifaço ao pescado brasileiro nos Estados Unidos.
José Luis Ravagnani Vargas, diretor do Departamento da Indústria do Pescado (DIP), da Secretaria Nacional de Pesca Industrial, Amadora e Esportiva do Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA), recebeu com entusiasmo a notícia.
“Finalmente recebemos a grata notícia do agendamento da missão da União Europeia para virem ao Brasil realizarem a auditoria e verificarem as condições do pescado brasileiro, atestando as condições higiênicas e sanitárias para atender os requisitos europeus. Assim, poderemos reabrir este mercado tão importante para nós”, comenta.
“A repercussão é excelente e a reverberação com nossas indústrias associadas é a melhor possível, ainda mais com os reflexos que enfrentamos devido as tarifas dos Estados Unidos”, reforça Jairo Gund, diretor executivo da Associação Brasileira das Indústrias de Pescados (Abipesca).
Histórico e próximos passosGund conta que, desde 2017, quando houve o fechamento do mercado por questões de perda de confiança das tratativas com o Brasil no período da "Carne Fraca" - e não por problemas sanitários -, o Brasil trava uma batalha para restabelece-lo. Em 2021, o País conseguiu fechar a parte regulatória e desde então, estava tentando agendar essa missão. “Ainda não temos a data confirmada para isso se concretizar, mas de fato, a previsão é no 1º semestre, entre maio e junho”, diz.
Vargas não tem dúvidas de que o Brasil fez a parte dele, tanto com o Ministério da Agricultura e Pecuária e Abastecimento, quanto o Ministério da Pesca e Aquicultura e que isso, vai trazer bons frutos a essa relação. “Hoje, nós temos uma legislação robusta e a aplicamos na execução de nossas atividades, permitindo assim que a União Europeia verifique de perto o trabalho que os Ministérios têm feito, se certificando que aquilo que construímos nestes anos é sólido, seguro e amplo o suficiente para dar as garantias que a União Europeia existe”, complementa Vargas.
“Agora, é a gente conseguir organizar e preparar, junto com o Ministério da Agricultura e o Ministério da Pesca, as empresas para que todos falem a mesma língua para termos êxito e juntos, revertermos este cenário”, finaliza Gund.
Créditos imagens: Seafood Brasil
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