MPA e Embrapa iniciam Propesca para monitorar a pesca artesanal
Projeto visa monitorar os desembarques pesqueiros em Tocantins e Roraima, criando uma base sólida de dados
07 de outubro de 2024
Em um movimento para o fortalecimento da pesca artesanal brasileira, o Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA) e a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) iniciaram o projeto "A bioeconomia da pesca artesanal nos estados do Tocantins e de Roraima: caminhos seguros para a inclusão socioeconômica e a estruturação da cadeia produtiva", conhecido como Propesca. O projeto visa monitorar os desembarques pesqueiros em ambos os estados, criando uma base sólida de dados que deverá orientar políticas públicas voltadas para o setor.
Combinando o conhecimento científico com os saberes tradicionais das comunidades pesqueiras, o Propesca, desenvolvido pela Secretaria Nacional de Registro, Monitoramento e Pesquisa, faz parte do programa do MPA que integra inovação, sustentabilidade socioeconômica e ambiental e o monitoramento da atividade.
"O objetivo é, por meio de monitoramento sistemático dos desembarques pesqueiros, fomentar a estruturação desta cadeia produtiva em dois estados: além do Tocantins, o projeto terá ações em Roraima”, afirma Adriano Prysthon, pesquisador da Embrapa Alimentos e Territórios (Maceió-AL).
O projeto acompanhará, durante dois anos, os desembarques de pescadores artesanais nesses estados, monitorando tanto a pesca comercial quanto a de subsistência, para analisar o papel do peixe na segurança alimentar desses profissionais e de seus núcleos familiares. Os monitores coletarão dados de gênero, produtividade, renda, consumo e comercialização, e os dados gerados irão embasar as estatísticas do setor nas bacias do Tocantins/Araguaia e do Baixo Rio Branco.
Carência de dados no setor
Conforme a Embrapa, desde 2011, o Brasil carece de dados sistemáticos sobre os desembarques da pesca artesanal, dificultando a formulação de políticas públicas adequadas. No Tocantins, há quase 7.400 pescadores artesanais ao longo das calhas dos rios Tocantins e Araguaia. Em Roraima, esse número varia entre 5.000 e 6.000, concentrados na região Sul do estado, no polo de Caracaraí. Estima-se que a Amazônia brasileira movimente 600.000 toneladas por ano nesse segmento. Embrapa Roraima (Boa Vista-RR) será a responsável pelo monitoramento naquele estado, da mesma maneira que foi durante o primeiro Propesca.
Para Prysthon, os dados gerados em ambos os projetos farão com que as duas bacias hidrográficas (Tocantins/Araguaia e Baixo Rio Branco) tenham estatísticas confiáveis sobre a pesca artesanal. “As informações serão mais consolidadas e baseadas em uma metodologia já estabelecida. Uma vez que a série temporal será maior, poderemos observar, por exemplo, alguma tendência das capturas ou efeito de algum fator externo na pesca”, sugere.
O pesquisador completa que os dados serão analisados e, posteriormente, farão parte de um banco de dados nacional para a estatística pesqueira do MPA. “No entanto, ações governamentais são necessárias para transformar a coleta sistemática de dados de desembarques em uma política pública permanente”, finaliza.
O início da fase de campo do Propesca 2 vai envolver monitores selecionados para o acompanhamento nos cinco municípios tocantinenses.
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Créditos imagem: Canva
Embrapa Roraima (Boa Vista-RR) será a responsável pelo monitoramento naquele estado, da mesma maneira que foi durante o primeiro Propesca.
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