Projeto de pesquisa terá fomento milionário ao consumo de pescado
Projeto contará com recursos de R$ 23,8 milhões em cinco anos
15 de janeiro de 2021
O projeto de uma pesquisa aplicada milionária realizada pela Universidade de São Paulo (USP), em co-execução com o Instituto de Pesca (IP-APTA), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, foi aprovada em 22 de dezembro pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP).
Ao todo, o projeto contará com recursos de R$ 23,8 milhões em cinco anos, dos quais a agência de fomento à pesquisa científica fará o aporte de R$ 3,65 milhões no projeto, que contará ainda com a participação de universidades e instituições governamentais do Brasil e do exterior.
Participam ainda da iniciativa empresas privadas do Brasil, Estados Unidos, Holanda, Dinamarca e França que farão aporte de mais R$ 6 milhões. O Estado investirá outros R$ 14,2 milhões na forma de infraestrutura e divulgação dos resultados, além de bolsas e salário dos servidores.
De acordo com o professor da USP, Daniel Lemos, líder do projeto, o projeto pretende valorizar o pescado como um alimento de alto valor nutricional e que pode ajudar a combater a obesidade e as consequentes implicações de saúde.
Cerca de 50% da população adulta brasileira está acima do peso e 15% é tida como obesa. “O consumo de pescado, seja ele oriundo da pesca ou produzido por meio da aquicultura, traz diversas vantagens do ponto de vista nutricional para a população. O que queremos fazer é promover melhorias por meio de resultados de pesquisa científica e conscientizar as pessoas de que esse alimento pode ser superior às proteínas cultivadas de forma terrestre”, afirma Lemos.
Os integrantes do projeto focarão suas ações na análise de mercado, análise nutricional e contaminantes e a contribuição atual para o suprimento de nutrientes, análise nutricional de duas espécies da aquicultura e de rações e o aprimoramento do perfil nutricional das espécies por meio do uso de dietas dos peixes e de técnicas de processamento, podendo trazer maior acesso ao pescado pelo mercado consumidor ou por meio de mercados institucionais como a merenda escolar.
“Também desenvolveremos pesquisas focadas em marcadores genéticos e estudos de ampla associação de genomas relacionados a produtividade e qualidade nutricional. Outro ponto importante é a comunicação, fundamental para conscientizar os consumidores quanto aos benefícios do consumo desses alimentos. Para essa conscientização, o Museu de Pesca do IP, localizado em Santos, terá papel muito relevante”, afirma Vander Bruno dos Santos, diretor do Instituto de Pesca.
O NPOP Pescado para a Saúde terá como Instituição Sede a USP. O Instituto de Pesca e a Universidade de Mogi das Cruzes serão instituições co-executoras.
Participam também da iniciativa, a Secretaria de Aquicultura e Pesca do Ministério da Agricultura, Abastecimento e Pecuária (Mapa), além das empresas Polinutri Alimentos S.A., Neogen Ltda, Phileo by Lesaffre (França), Veramaris (Holanda), AquaHana LLC (EUA), BioMar (Dinamarca), Fundação de Apoio à Pesquisa Agrícola (Fundag), Global Peixe e Guabi, que atuam na cadeia produtiva de ração, genética e prestação de serviços.
O desenvolvimento do projeto contará ainda com Albert G J Tacon, consultor da FAO, que detém atuação em vários países no tema, e que será pesquisador visitante.
De acordo com Lemos, o projeto tem potencial para transformar a produção e o consumo de pescado no Estado e em todo País. “Queremos seguir o que foi feito com o frango, que no passado era um alimento caro e hoje é acessível e muito consumido no Brasil, que é inclusive um grande exportador desse tipo de carne”, afirma o pesquisador da USP.
consumo, FAPESP, Instituto de Pesca, IP-APTA, Mapa, pescado, Universidade de Mogi das Cruzes, USP