Mulheres recebem menos na produção alimentícia, pesca e aquicultura
Indústria

Mulheres recebem menos na produção alimentícia, pesca e aquicultura

Mercado de trabalho é apenas um dos diversos indicadores que revelam o machismo e a desigualdade de gênero existente no Brasil

08 de março de 2021

O mercado de trabalho é apenas um dos diversos indicadores que revelam o machismo e a desigualdade de gênero existente no Brasil. Recentemente, a segunda edição do estudo “Estatísticas de gênero: indicadores sociais das mulheres no Brasil”, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), comprova mais uma vez essa disparidade. Conforme o levantamento, 54,5% das mulheres com 15 anos ou mais faziam parte da força de trabalho no País em 2019. Entre os homens, o número foi 73,7%. A força de trabalho é composta por todas as pessoas que estão empregadas ou procurando emprego. 
 
Nos setores de indústria alimentícia, na pesca e na aquicultura no Brasil, a desigualdade de gênero também é acentuada. Segundo dados do IBGE de 2018 e atualizados em 2020 compilados pela Seafood Brasil, a remuneração mensal dos homens que trabalham na indústria alimentícia, na pesca e na aquicultura no Brasil é 21,39% maior ao pagamento realizado às mulheres. Por mês, eles receberam em torno de R$ 2.722,27 enquanto o indicador para elas é de R$ 2.140,08.
 
No total anual, o valor foi R$ 32.667,25 para eles. Já elas foram remuneradas em R$ R$ 25.680,99 ao ano. Isso significa que no período a remuneração paga aos homens foi de R$ 38.625.365,000, já às mulheres somou-se R$ 13.741.564,000. Nos setores, são 1.182.388 homens, contra 535.087 mulheres. Já em toda a indústria são 19.614.364 homens trabalhando, contra 12.682.463 mulheres.
 
Quando analisado apenas pelos setores de aquicultura e pesca, a remuneração anual de ambos os sexos é praticamente a mesma, sendo R$ 19.987,99 o total para os homens (com salário em R$ 1.665,67 média mensal) e R$ 19.961,49 o total para mulheres (com salário em R$ 1.663,46 média mensal). Ou seja, a diferença de pagamento dos trabalhos prestados pelas mulheres foi de apenas 0,13%. Entretanto, o número de mulheres que trabalham nos setores foi de apenas 1.532, contra 8.662 de homens.
 
Ao segmentarmos a análise apenas por homens e mulheres que atuam na fabricação de produtos alimentícios, o número de homens ainda é superior, mas é possível ver também que há mais mulheres trabalhando no “chão de fábrica” em relação ao segmentos de aquicultura e pesca. No total, são 533.555 mulheres contra 1.173.726 homens na área. Já os pagamentos às mulheres foi cerca de 21,56% a menos do que aos homens.
 
No total, eles receberam no período R$ 38.452.229,000, sendo R$ 32.760,82 ao ano, com média de R$ 2.730,07 ao mês. Mas, elas somaram apenas R$ 13.710.983,000, sendo R$ 25.697,41 ao ano, resultando em remuneração média de R$ 2.141,45 ao mês.
 
Outros dados
 
O levantamento mais recente do IBGE mostrou que, em 2019, o nível de ocupação das mulheres de 25 a 49 anos vivendo com crianças de até 3 anos de idade foi de 54,6% e o dos homens foi de 89,2%. Em lares sem crianças nesse grupo etário, o nível de ocupação foi de 67,2% para as mulheres e 83,4% para os homens. 
 
As mulheres pretas ou pardas com crianças de até 3 anos de idade no domicílio apresentaram os menores níveis de ocupação: 49,7% em 2019. Em relação aos cuidados de pessoas ou afazeres domésticos, as mulheres dedicaram quase o dobro de tempo que os homens: 21,4 horas contra 11 horas semanais. A proporção em trabalho parcial (até 30 horas semanais) também é maior: 29,6% entre as mulheres e 15,6% entre os homens.
 
Já na população com 25 anos ou mais, 15,1% dos homens e 19,4% das mulheres tinham nível superior completo em 2019. No entanto, as mulheres representavam menos da metade (46,8%) dos professores de instituições de ensino superior no País. 
 
Em cursos de graduação, elas são minoria entre os alunos nas áreas ligadas às ciências exatas e à esfera da produção: apenas 13,3% dos alunos de Computação e Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) são mulheres, enquanto elas ocupam 88,3% das matrículas na área de Bem-Estar, que contempla cursos como Serviço Social.
 
Apesar de mais instruídas, as mulheres ocupavam 37,4% dos cargos gerenciais e recebiam 77,7% do rendimento dos homens.
 
Créditos da imagem: Pixabay

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