RS poderia ser o líder da aquicultura no BR com 1% de área outorgada
Aquicultura

RS poderia ser o líder da aquicultura no BR com 1% de área outorgada

Especialistas descrevem a trajetória da aquicultura no RS, listam entraves e apontam alternativas

28 de outubro de 2021

O Aquishow na Rede de quarta-feira, 27/10, explorou o potencial e os entraves para a expansão da aquicultura no Rio Grande do Sul com duas convidadas: Renata Melon Barroso Bertolini, chefe da divisão de aquicultura e pesca da Superintendência Federal da Agricultura no Rio Grande do Sul e Gabriela Mattei, representante do Grupo Santa Fé Agro – Santa Fé Acqua Piscicultura. 
 
Renata Bertolini ressaltou que o Rio Grande do Sul tem só de áreas de açudes e barragens quase 320 mil hectares de lâmina d’água para múltiplos usos, como irrigação de arroz e dessedentação de gado. “Se usasse 1% para produção de peixe, o Estado poderia até ser líder nacional. Esperamos que isso em breve aconteça. Pelo menos 800 mil toneladas de tilápia poderiam ser produzidas em 1% desta água já outorgada”, disse. Ela mencionou ainda a existência de outros 8 trilhões de m³ de água que poderiam ser usados e não foram outorgados. 
 
Já Gabriela Mattei indicou que o Estado chegou a ser líder nacional na década de 1990, com 50 mil produtores em cultivos extensivos de carpa. “São 18 anos de estagnação. Desde 2003 o produtor está no meio de uma gangorra de permitir e proibir. Chegamos a fazer um levantamento de toda a questão das legislações de um histórico de 18 anos para cá. O produtor está pronto para produzir, quer investir, tem estrutura e quer investir, mas da noite para o dia ele se torna irregular de uma forma desconhecida pelo próprio produtor.” Ela ressaltou que a cadeia produtiva já existe. “Nós temos núcleo de genética, larvicultura, fábrica de ração, fábrica de insumos (probióticos e bioremediadores, frigoríficos e indústrias agrofamiliares.” 
 
Reuniões regionais
Um ciclo de palestras e debates realizado na última sexta-feira (22), na Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), encerrou as atividades no interior gaúcho da Comissão Especial para tratar da Cadeia Produtiva da Piscicultura no RS.
O encontro foi conduzido pelo presidente do colegiado, deputado Sergio Peres (Republicanos), em formato híbrido – com participações presenciais de produtores rurais, instituições de apoio e autoridades locais, com transmissão ao vivo pelo canal da TV Assembleia no Youtube.
 
“Aqui na Região Centro percebemos o interesse crescente dos produtores, pois a piscicultura é uma fonte de renda para as famílias. A região também apresenta potencial hídrico, além de instituições tradicionais de pesquisa e de assistência. É papel do Parlamento gaúcho acolher demandas e promover o diálogo entre órgãos, produtores e poder público, a fim de diminuir os entraves para a produção, especialmente no que diz respeito à atualização da legislação ambiental, principal reivindicação entre os produtores”, avalia Sergio Peres.
 
Instalada em julho deste ano, a Comissão Especial de Piscicultura percorreu as regiões do Estado realizando visitas técnicas e reuniões temáticas, ouvindo autoridades locais, piscicultores, instituições de ensino e pesquisa, além de órgãos de amparo e assistência técnica ao produtor.
 
“É uma oportunidade de compartilhar informações técnicas para o aumento da produção na área de piscicultura, e também por ser uma importante fonte de proteína e nutricional para a nossa população. É imprescindível que a gente qualifique os nossos sistemas produtivos por meio da qualificação técnica aos piscicultores, e trazer à nossa população um alimento de qualidade, produzido de forma sustentável, e que seja, ao mesmo tempo, rentável ao nosso produtor rural”, observou o gerente regional da Emater Santa Maria, Guilherme Passamani, que esteve presencialmente no evento.

 

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