Gestão de custos na piscicultura: arma de sobrevivência a quem produz
Aquicultura

Gestão de custos na piscicultura: arma de sobrevivência a quem produz

Cada vez mais as informações de custos assumem importância, exigindo-se conhecimento, de forma a permitir diferentes tipos de atuação

Omar Jorge Sabbag - 19 de setembro de 2019

Segundo dados do Anuário Brasileiro da Piscicultura 2019, o Brasil produziu 722.560 toneladas de peixes de cultivo em 2018, com crescimento de 4,5% em relação ao ano anterior. Destaca-se ainda que a piscicultura nacional é uma atividade em crescimento e com grande potencial devido aos recursos hídricos do País, às dimensões continentais, ao clima propício e à capacidade empreendedora dos produtores.
 
Com a evolução da tecnologia e a busca por adquirir produtos de melhor qualidade, o piscicultor necessita desenvolver cada vez mais técnicas na área de produção, como também no gerenciamento financeiro de sua propriedade, de forma a manter a sustentabilidade econômica e produtiva. Entretanto, existem negligências quanto ao processo de apuração de dados, refletindo negativamente na margem de lucratividade e no gerenciamento da atividade piscícola, com o equívoco de inferir que os custos se resumem apenas aos gastos com insumos e mão de obra! Mas, afinal, como categorizar a depreciação, juros de custeio e outras despesas operacionais? Posso exemplificar estes conceitos aplicados nas próximas edições, com diferenciação na classificação dos custos.
 
 
Neste contexto, a finalidade da análise econômica é determinar o custo de produção da piscicultura, com seus principais coeficientes técnicos e indicadores de rentabilidade. Esta análise é importante para qualquer tipo de empreendimento, sobretudo nas pequenas propriedades, que refletem por inúmeras vezes em não sobreviver por muito tempo sem as informações de gerenciar sua produção, que pode ser obtida através de um sistema de controle de custos.
 
Para um diagnóstico realizado em uma propriedade com vistas à produção de peixes, como exemplo, a ausência de gestão nos procedimentos de manejo leva diretamente à baixa produtividade e qualidade do produto, implicando na menor rentabilidade. Por exemplo, a frequência de arraçoamento, bem como a quantidade de ração a ser disponibilizada por tanque-rede, com a ausência de capacitação e monitoramento periódico ao longo do ciclo produtivo, acarretam em maiores desperdícios em mão de obra e insumos, elevando o custo final da matéria-prima, com reflexos negativos à eficiência técnica e econômica.
 
Nesta ótica, para que os piscicultores possam estar inseridos em um processo de gestão e competitividade do agronegócio, torna-se necessário caracterizar a palavra gestão em suas atividades de rotina. Nada mais é do que o ato de administrar, conhecer preços, otimizar recursos de produção (terra, trabalho e capital investido), enfim, avaliar sob a ótica financeira a determinação de seus lucros e prejuízos durante um determinado período, fornecendo subsídios para diagnosticar a situação da empresa e realizar um planejamento eficaz.
 
Por fim, cada vez mais as informações de custos assumem importância, exigindo-se conhecimento, de forma a permitir diferentes tipos de atuação gerencial (maior ou menor ênfase ao seu controle), podendo se transformar em fator de diferenciação em relação a concorrentes, pares ou mesmo entre unidades de uma mesma organização.
 

Sobre Omar Jorge Sabbag
 
  • Professor Dr. Associado da UNESP - campus de Ilha Solteira/SP e de Pós-Graduação em Desenvolvimento Regional e de Sistemas Produtivos (UEMS) e Administração (FCAV/UNESP). omar.sabbag@unesp.br
 
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