Lagosta brasileira sofre com aumento de rejeições de autoridade sanitária dos EUA

Lagosta brasileira sofre com aumento de rejeições de autoridade sanitária dos EUA

Fiscalização norte-americana diminui tolerância com produtos de pescado considerados de qualidade inadequada

14 de abril de 2016

O anúncio de que a fiscalização de pescado seria mais intensa em 2016 já havia sido antecipado no ano passado, mas os brasileiros não esperavam tamanho rigor do Food and Drug Administration (FDA), a Anvisa norte-americana.

Só em março deste ano, o FDA recusou 208 itens de pescado distintos, um aumento de 36% nas rejeições do mesmo mês do ano passado. E o produto com maior aumento de rechaço foi a lagosta brasileira (conhecida lá como spiny lobster), segundo apurou o portal Seafoodnews.com.

Aparentemente, o FDA está rejeitando as lagostas por conta de preocupações com a condição sanitária: o argumento usado é filth (imundície, em uma tradução livre). O total de rejeições superou 100 itens em 2016, ante apenas 1 rechaço no primeiro trimestre de 2015.

De acordo com Paulo Gustavo, diretor-executivo da Qualimar, o problema remonta ao ano passado. “Desde a safra passada, as empresas brasileiras têm sofrido com o aumento da fiscalização do FDA em portos americanos. Essa fiscalização é feita através de um teste sensorial onde depois de detectado um odor acentuado no produto, este não é autorizado”, conta.

Segundo o executivo, os empresários de lagostas e seus clientes estão receosos. “Devido à incerteza desta fiscalização. [como] método preventivo a este cenário, iremos receber um ex-agente do FDA para nos orientar em como ter um produto de melhor qualidade”, indica.

Para Alexandre Reis, da Bomar, que também exporta lagostas brasileiras mas atualmente com foco maior na Ásia, o problema está na tradição da pesca estar focada na cauda. “A lagosta brasileira já chega descabeçada do barco, que passa muitos dias no mar, já com a qualidade baixa.”

Por este motivo, ele alega que o atenção da empresa está voltada à lagosta inteira. “Recebemos a lagosta inteira viva, buscando mais o mercado asiático. A pouca cauda que entra somos muito exigentes e compramos pouco, porque não aceitamos a qualidade do que tem vindo da praia”, relata. “Se não mudar a pesca da lagosta de cauda para a inteira, vai continuar esse problema de rechaço do FDA. Acredito que, em 2016, muita gente vai quebrar a cara nos EUA”, conclui.

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