Jordânia manifesta interesse na importação de peixes do Brasil
Indústria

Jordânia manifesta interesse na importação de peixes do Brasil

Delegação do Mapa, empresários brasileiros e da CCAB estiveram em visita aos países árabes

13 de maio de 2022

A delegação do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), empresários brasileiros e da Câmara de Comércio Árabe Brasileira (CCAB) estiveram nesta semana em visita aos países árabes. O primeiro a ser visitado foi a Jordânia, na sequência Egito e Marrocos. O objetivo da comitiva foi fortalecer o relacionamento entre os países e garantir o fornecimento de fertilizantes. Entretanto, durante a viagem, empresários da Jordânia também manifestaram interesse na importação de peixes do Brasil.
 
“Isso pode abrir portas para um novo mercado”, contou à Seafood Brasil o diretor de Operações da CDIAL Halal, Ahmad Saifi. “Abrindo portas na Jordânia, a gente começa a ter outras oportunidades nos países árabes. Hoje eles representam uma boa porcentagem das exportações de frango e boi e com o pescado também pode ser assim”, disse.
 
Fontes da reunião disseram que Jordânia pode se transformar em um grande hub de exportação de peixes para o mundo árabe. Indicativos ainda demonstram que há vários importadores interessados e alguns deles devem participar da Apas, em São Paulo (SP), na próxima semana.
 
“Recebemos esta notícia com entusiasmo, porque o Brasil tem se tornado um grande produtor de peixes. Só de tilápias, o País produziu cerca de 841 toneladas em 2021. Informações de mercado mostram que ano a ano a atividade supera as dificuldades do cenário econômico e mantém média de crescimento de 5,6% desde 2014 em toda a cadeia produtiva”, comenta Ahmad Saifi.
 
Ele lembra que hoje, o maior importador de peixes brasileiros são os Estados Unidos. "Mas nada impede que nossos peixes ocupem cada vez mais as mesas dos árabes, principalmente, dos árabes muçulmanos", fala.
 
As espécies mais comentadas durante a visita foram o tambaqui e pacu. "Agora é aproveitar a oportunidade e focar nossos olhares para abastecer este mercado ávido por nossos peixes. São mais de 200 milhões de pessoas que residem nos 22 países que compõem a Liga Árabe”, finaliza Saifi.
 
No Egito
 
Conforme o Mapa, em reunião com o vice-ministro da Agricultura do Egito, Moustafa El Sayeed, o ministro Marcos Montes destacou a boa relação comercial do Brasil com o país africano e a disposição para melhorar o comércio de produtos agropecuários entre os dois países, a fim de atingir todo o potencial do comércio bilateral.
 
“Esse relacionamento é muito importante para os dois países, especialmente neste momento de preocupação com a segurança alimentar mundial”, disse Montes. Segundo ele, o ministro egípcio também garantiu que irá intermediar com o setor privado do país para que empresas privadas aumentem o fornecimento de fertilizantes para o Brasil. 
 
Os temas sanitários também estiveram na pauta da reunião. O Ministro egípcio se comprometeu em manter os temas brasileiros em alta prioridade, como as análises das listas de estabelecimentos brasileiros habilitados a serem atualizadas até outubro de 2022, além de solicitar ao Brasil atenção às demandas de exportação de frutas egípcias. 
 
Nessa mesma reunião, a Embrapa assinou um Memorando de Entendimentos com a Agriculture Research Center (ARC) do Egito para intercâmbio de tecnologias em genética, sanidade, irrigação, mudanças climáticas e biotecnologia. 
 
Em Marrocos
 
Em Marrocos, o Mapa destaca que a Companhia Office Chérifien des Phosphates (OCP), empresa estatal produtora de fosfato do Marrocos, poderá realizar investimentos no Brasil e colaborar com o Plano Nacional de Fertilizantes. Em reunião com integrantes da missão oficial do Mapa, o CEO da empresa, Mostafa Terrab, assegurou ao Ministro Marcos Montes a intenção de instalar uma unidade processadora de fosfato no Brasil. 
 
A OCP, que atualmente é a maior fornecedora de fósforo para o Brasil, é detentora de cerca de 70% das reservas mundiais de rocha fosfática e tem participação de 31% do mercado mundial de produtos de fosfato. A empresa já atua no Brasil desde 2010, com sete escritórios. “Temos essa responsabilidade conjunta, tanto essa empresa, que é detentora maior reserva de fosfato do mundo, como o Brasil, que tem uma extensão de terra e tecnologia científica forte para produzir alimentos para o mundo”, disse o ministro Marcos Montes. 
 
No país, ainda foi discutida uma parceria entre a Embrapa e a Universidade Politécnica Mohammed VI (UM6P), importante universidade do Marrocos. As duas entidades possuem várias estratégias convergentes de aplicação de tecnologias agrícolas, que apontam para um grande potencial de cooperação entre os países, incluindo a utilização de bioinsumos em complementação ao uso dos fertilizantes clássicos.  
 
Créditos: Divulgação
 
 

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