Estudo expõe pouco uso de brasileiros em compras on-line do varejo
Mulheres lideram número de pessoas que não tiveram nenhum tipo de experiência com compras on-line de supermercado
20 de setembro de 2019
Ainda que a internet esteja dominando o nosso cotidiano, o eCommerce ON, estudo inédito da Kantar, evidenciou a pouca experiência e desconfiança dos e-shoppers brasileiros para compras de supermercados on-line. Segundo a pesquisa, metade dos compradores virtuais nunca usaram o carrinho virtual para abastecer a geladeira e a dispensa.
Conforme a pesquisa, as mulheres (54%) lideram número de pessoas que não tiveram nenhum tipo de experiência com compras online de supermercado. Elas também são mais céticas sobre esse tipo de compra (12%) em comparação com os homens (8%). Já os entrevistados tiveram experiências ruins e não voltariam a comprar online se mantêm o mesmo entre ambos os gêneros (7%).
No grupo de pessoas que têm receios sobre fazer as compras de supermercado on-line, as principais preocupações são: a entrega (27%), a falta da experiência física de selecionar os produtos (18%) e a falta de qualidade (15%).
“A entrega é algo bastante conhecido como barreira para o crescimento do canal – seja pelo custo do frete ou pela demora na entrega. Mas o que chamou nossa atenção foi a barreira relacionada a selecionar o produto”, afirma Luciana Piedemonte, diretora e líder de commerce da Kantar Brasil.
Para ela, é importante trabalhar esse aspecto levando uma experiência que reforce a percepção de que o shopper está escolhendo os produtos, seja mostrando detalhes e validade de produto com fotos de qualidade. Outros pontos de contato como embalagem e organização da entrega também podem ajudar a superar essa percepção negativa.
Espaço para crescimento
Apesar do resultado, 30% dos e-shoppers brasileiros que nunca fizeram suas compras de supermercado on-line estão abertos para começar a fazê-lo. O comércio eletrônico nesse setor pode também se beneficiar da grande presença da classe A e entre os homens: mais de 64% dos e-shoppers da classe A já fizeram compras de supermercado online e estão inclinados a continuar fazendo; para homens, esse número é de 47% contra 39% das mulheres, o que confirma também a quebra do antigo estereótipo de que o gênero feminino é responsável pelas compras do lar.
O cenário do e-commerce é extremamente complexo, com diferentes players em jogo, sejam as plataformas de grandes varejistas do mundo off-line, como Carrefour e Extra, aquelas completamente digitais, como Homerefill, e até aquelas terceirizadas, como o Rappi. “As marcas precisam agir de forma diferente em cada caso, pois os compradores têm diferentes necessidades e motivações. O que significa entender o perfil de cada um deles e entregar soluções específicas” diz Luciana. “Temos que colocar o shopper e suas necessidades no centro da estratégia de e-commerce.”
Diante dessa complexidade, as marcas precisam dar três passos essenciais:
1. Dar atenção ao tamanho da oportunidade e não apenas ao tamanho do canal de vendas;
2. Eliminar barreiras reais e mentais para fomentar o e-commerce;
3. Entender as motivações e necessidades do shopper do canal para ser mais efetivo na execução.
Metodologia
O eCommerce ON é um estudo global feito em 14 países, com 16 macrocategorias, analisando mais de 100 mil atos de compras e o comportamento de 27 mil compradores online. Os detalhamentos de cada categoria podem ser adquiridos de acordo com a necessidade de cada empresa.
Créditos da imagem: Hassan/Pixabay
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