Tilápia do Vietnã: setor brasileiro reage à possível importação
Aquicultura

Tilápia do Vietnã: setor brasileiro reage à possível importação

Em matéria, o ministro do MPA, André de Paula também teria prometido atender aos interesses dos piscicultores brasileiros

11 de outubro de 2023

O movimento inicial de uma possível negociação para a importação de tilápia do Vietnã pelo Brasil tem levantado discussões e preocupações entre os produtores e representantes do setor nos últimos. Manifestando-se contra a possível entrada da espécie no País, a Associação Brasileira das Indústrias de Pescados (Abipesca) e a Associação Brasileira da Piscicultura (Peixe BR) logo tornaram público seus posionamentos.
 
Nesta segunda-feira, o Estadão garantiu que o Ministro da Aquicultura e Pesca (MPA), André de Paula teria prometido atender aos interesses dos piscicultores brasileiros. "O ministro é o advogado que o presidente nomeia para defender os interesses do setor. É óbvio que a minha posição é favorável ao mercado brasileiro da pesca", afirmou.
 
A publicação lembra que no dia 25 de setembro, durante uma reunião bilateral do presidente Lula com o primeiro-ministro do Vietnã, Pham Mihn Chinh, foi firmado o Plano de Ação para o acordo de Cooperação Agrícola entre os países.
 
Conforme divulgou o Mapa, o documento foi assinado pelo ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, e pelo vice-ministro de Agricultura e Desenvolvimento Rural do Vietnã, Nguyen Hoang Hiep, na cerimônia realizada no Palácio do Itamaraty. 
 
Mesmo sem explicar como seria o acordo de Cooperação Agrícola entre os países e nos segmentos, o Mapa informou que "o plano de ação compreende o período de 2023 a 2025 e tem como propostas a troca de dados da exportação agropecuária, regulamentação e negociação de mercado de importação e exportação de produtos agropecuários, florestais e de pesca".
 
Fontes disseram ao Estadão que o governo deu início às negociações, mas as equipes técnicas do Mapa ainda precisam definir os padrões dos produtos e as regras definidas. 
 
Informações não-oficiais dizem que o Mapa teria iniciado uma consulta à Câmara Setorial para saber o posicionamento do setor após pedidos de importadores brasileiros.
 
Procurado, o Mapa não respondeu até a publicação desta matéria.
 
Setor reage
 
O setor de pescado do Brasil logo reagiu diante das especulações sobre liberação da exportação de tilápia do Vietnã ao País. 
 
Em suas redes sociais, a Associação Brasileira das Indústrias de Pescados (Abipesca) divulgou o pronunciamento de seu  presidente, Eduardo Lobo, manifestando-se contra a importação. "Não podemos permitir que a importação da tilápia do Vietnã venha a se concretizar para o Brasil".
 
Na publicação a Abipesca ressalta que o pronunciamento de Lobo “trouxe à tona uma questão crucial para nossa indústria do pescado: a importação da tilápia do Vietnã”.
 
Veja  seguir a publicação da Abipesca:
 
“Nossa cadeia produtiva é o coração de um setor que gera empregos, contribui para o desenvolvimento nacional e alimenta milhões de brasileiros. No entanto, podemos enfrentar uma ameaça desleal que ameaça nossa produção.
 
É hora de nos unirmos! Essa luta deve envolver todos, desde os produtores, a rede industrial e todos os que compõem a cadeia brasileira, para proteger a produção nacional. Devemos apoiar medidas que assegurem a qualidade e a segurança de nosso pescado, bem como o bem-estar de nossos trabalhadores.
 
A união gera força, e pressionaremos as autoridades competentes para continuar a incentivar a produção local e a sustentabilidade. Vamos juntos lutar pela preservação da nossa indústria do pescado!”, completa a Abipesca.
 
Também em nota, a Associação Brasileira Da Piscicultura (Peixe BR) destacou que “está engajada na luta contra a importação de tilápia do Vietnã e de qualquer outro país”. Assim, não aceitando que o governo brasileiro abra o mercado para a entrada de tilápia, sendo que, como pontua, o Brasil tem toda a capacidade de abastecimento e fornecimento de um alimento seguro e de alta qualidade.
 
Segundo a Peixe BR, “além dos riscos econômicos à tilápia brasileira, a importação implica óbvios riscos sanitários e isso pode comprometer a atividade no Brasil além de ser prejudicial aos consumidores.”
 
Leia abaixo, na íntegra, a nota da Peixe BR:
 
 “A PEIXE BR comunica que está engajada na luta contra a importação de tilápia do Vietnã e de qualquer outro país.
 
A cadeia da produção da tilápia é uma atividade nova e, portanto, em desenvolvimento, que envolve milhares de empresas e de produtores – sendo 98% de pequeno porte.
 
O setor gera mais de 1 milhão de empregos e renda em todos os estados brasileiros.
 
Não aceitamos que o governo brasileiro abra o mercado para a entrada de tilápia, sendo que temos toda a capacidade de abastecimento e fornecimento de um alimento seguro e de alta qualidade.
 
Além dos riscos econômicos à tilápia brasileira, a importação implica óbvios riscos sanitários e isso pode comprometer a atividade no Brasil além de ser prejudicial aos consumidores.
 
A tilápia brasileira é uma das melhores do mundo, produzida com boas práticas e segurança.
 
A PEIXE BR está em contato permanente com o Ministério da Pesca e Aquicultura. Solicitamos ao sr. ministro André de Paula posicionamento claro em defesa da tilápia nacional e contra a entrada de produtos de fora.
 
Aproveitamos para informar que, neste momento, não está tramitando nenhum processo de registro de planta de processamento de tilápia ou de qualquer outro país do mundo no Ministério da Agricultura e Pecuária.
 
Dessa forma, orientamos as empresas brasileiras a não negociar com importadoras que usam esse argumento para pressionar os preços da tilápia no país.
 
Este é um tema prioritário para a PEIXE BR. Como entidade de defesa da cadeia produtiva dos peixes de cultivo, faremos tudo o que está ao nosso alcance para defender a tilápia brasileira.”
 
Créditos: Canva

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