Plataforma da FAO alerta sobre o desperdício global de alimentos
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Plataforma da FAO alerta sobre o desperdício global de alimentos

Duas maiores plataformas de delivery chinês começam campanha contra desperdício alimentar

18 de agosto de 2020

Depois de consumirem uma série de recursos naturais e humanos, alimentos desperdiçados sem que tenham passado pelo prato de alguém são uma grande contradição global. Enquanto milhões de pessoas passam fome todos os dias, muita comida é jogada fora por problemas nas cadeias produtiva e de consumo.
 
Para chamar a responsabilidade de todos os elos envolvidos, a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) criou a Plataforma Técnica de Medição e Redução de Perda e do Desperdício de Alimentos (acesse aqui). O sistema reúne informações sobre medição, redução, políticas, alianças, ações e exemplos de modelos de sucesso aplicados na redução da perda e do desperdício de alimentos em todo o mundo. 
 
O lançamento serve como uma preparação ao Dia Internacional da Conscientização sobre a Perda e o Desperdício de Alimentos, que será comemorado pela primeira vez em 29 de setembro.
 
No caso do pescado, o cuidado no manuseio, a falta de refrigeração no transporte e de instalações adequadas para armazenagem e exposição ao consumidor são questões sensíveis para o desperdício. A FAO estima que 14% dos alimentos são perdidos dessa forma, um prejuízo de US$ 400 bilhões anuais.
 
Em termos de emissões de gases de efeito estufa (GEE), os alimentos perdidos estão associados a cerca de 1,5 gigatoneladas de CO2 equivalente. Por exemplo, reduzir a perda de alimentos em 25% compensaria os danos ambientais que seriam causados pelo uso futuro da terra para a agricultura. As principais perdas são em tubérculos de raízes e oleaginosas (25%), frutas e vegetais (22%) e carne e produtos animais (12%).
 
 
“iFood chinês” começa campanha contra desperdício alimentar
 
A China passou a reforçar no último mês os discursos sobre o desperdício de alimentos e a segurança alimentar. Conforme o portal Notícias Agrícolas, a oferta de alimentos foi tema de recentes broncas do presidente Xi Jinping, que considera  "vergonhoso" o desperdício de alimentos no país. As falas desencadearam uma onda de iniciativas empresariais e de governos locais.
 
Manter a oferta de alimentos serve para a legitimidade política do Partido Comunista Chinês, mas o rápido crescimento populacional e as amplas taxas de industrialização e urbanização tornaram cada vez mais escassos e pressionados os recursos terrestres e hídricos do país asiático.
 
A segurança alimentar na China foi potencializada com o cenário do novo Coronavírus e fez as duas maiores plataformas de delivery do país - Ele.me e a Meituan Dianping.- se uniram ao movimento contra o desperdício de comidas. Juntas, elas formam uma versão “iFood chinês”.
 
A Meituan, que responde por metade dos serviços de delivery na China, publicou um comunicado propondo que restaurantes em todo o país promovam ações de redução do desperdício de alimentos e incentivem seus clientes a fazer o mesmo. Uma das propostas é deixar claro durante os pedidos online o tamanho das porções.
 
Enquanto o Ele.me, que pertence à gigante de e-commerce Alibaba, se uniu a uma associação culinária local para que, a partir de agora, as porções em sua plataforma sejam menores. A proposta foi chamada de “plano do meio prato” e encoraja os restaurantes a reduzirem as porções para evitar o desperdício, segundo o jornal South China Morning Post.
 
Mas, como destaca o portal, ações têm recebido críticas nas redes sociais chinesas. Segundo escreveram clientes no Weibo, na prática não houve redução significativa dos preços, enquanto houve redução nas porções.
 
 
Mão de obra rural está envelhecendo
 
A China deverá atingir uma lacuna de cerca de 130 milhões de toneladas na oferta de alimentos até o final de 2025, isso porque a população urbana segue aumentando e a mão de obra rural envelhecendo, baseado em um comunicado da imprensa estatal nesta segunda-feira (17).
 
Conforme o Instituto de Desenvolvimento Rural da Academia de Ciências Sociais da China, Pequim deve tratar a segurança alimentar com prioridade. Nos próximos cinco anos, a proporção da população chinesa que vive em áreas urbanas deve atingir 65,5%, ante 60,6%  de 2019. Serão cerca de 80 milhões de habitantes rurais se mudando para as cidades.
 
No período, a população rural com 60 anos ou mais deve chegar a 25,3%, contra cerca de 15% no censo de 2010.
 

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