Mesmo com pouco pescado, Copa estimula venda de proteínas aos Árabes
Comercialização

Mesmo com pouco pescado, Copa estimula venda de proteínas aos Árabes

Apesar de tímida participação, pescado tem crescimento em receita

02 de dezembro de 2022

A Copa do Mundo de futebol do Catar deu um impulso importante às vendas brasileiras de proteínas de origem animal aos países do Golfo. Entretanto, o pescado teve participação tímida na competição entre as proteínas exportadas para aquela região, que está recebendo cerca de um milhão de torcedores estrangeiros.
 
Conforme levantamento da Câmara de Comércio Árabe-Brasileira, o total de pescado e correlatos exportados para os países árabes do Golfo foi de US$ 664 mil. Mas, apesar de pequena, a receita alcançada representa um crescimento de 60,9% sobre as vendas dos dez primeiros meses do ano passado.
 
Por outro lado, as exportações de frango para Arábia Saudita, Bahrein, Catar, Emirados Árabes, Kuwait e Omã, que integram o bloco conhecido como Conselho de Cooperação do Golfo (CCG) e hospedam turistas para o mundial, avançaram 37,14% entre janeiro e outubro de 2022, para US$ 2,059 bilhões. Já as vendas de carne bovina ao CCG cresceram 30,87%, somando US$ 459,53 milhões. 
 
Pescado para o Mundial
 
O levantamento indica que houve exportação de pescado apenas para três países: Arábia Saudita, Bahrein e Emirados Árabes, sendo este último, disparado, o maior comprador brasileiro, com US$ 648 mil.
 
O produto mais vendido foi a lagosta congelada, com receitas totais de US$ 605 mil. Houve também vendas de lula e salmão congelados entre os destaques, respectivamente US$ 1 mil e US$ 53 mil. 
 
O salto das exportações de pescado, US$ 610 mil, ocorreu no mês de outubro. Isso significa que as compras foram feitas como reforço de estoque para a Copa do Mundo. A maior parte, US$ 603 mil, foi receita gerada com vendas aos Emirados Árabes.
 
 
Mais estoques 
 
O Catar, país sede do mundial e o que recebeu a maioria dos turistas, registrou o maior crescimento nas exportações de aves. As vendas de frango ao país subiram 66,71% no período, para US$ 177,98 milhões.
 
Os dados indicam ainda que os embarques subiram nos meses que antecederam o mundial. Em julho, agosto e setembro, o Brasil enviou uma média de 11,58 mil toneladas de frango por mês ao Catar. Entre janeiro e junho, a média foi de 7,99 mil toneladas. 
 
No caso da proteína bovina, o Catar registrou o segundo maior crescimento em vendas, logo atrás do Kuwait. As exportações de derivados bovinos ao país avançaram 91,27%, para US$ 31,45 milhões. Nos meses de julho, agosto e setembro, os embarques foram intensificados para reforçar os estoques. A média mensal foi de 528,90 toneladas, frente às 478,22 toneladas embarcadas nos seis primeiros meses do ano.
 
Tamer Mansour, secretário-geral da Câmara Árabe-Brasileira, destaca que a Copa do Mundo, o Mundial de Clubes nos Emirados Árabes, as provas da Fórmula 1 na região e a retomada da peregrinação às cidades sagradas da Arábia Saudita tiveram papel importante nas vendas de proteínas brasileiras.
 
Para o dirigente, esses eventos vêm atraindo um volume expressivo de turistas a todos os países do Golfo, movimentando a rede hoteleira e a venda de alimentos. “Em todos os países vendeu-se mais proteínas brasileiras. Em quase todos houve aumento nos volumes, a despeito dos esforços árabes para ampliar a produção local de proteínas”, lembra Mansour.
 
Ainda de acordo com a entidade, as exportações do Brasil para os 22 países da Liga Árabe totalizaram US$ 14,47 bilhões no período, alta de 25,71%, com frango, açúcar, minério de ferro, milho, soja, carne bovina e trigo posicionados na dianteira da pauta de comércio. “Devemos ter um novo recorde de exportações em 2022”, prevê Mansour. 
 
Créditos: Canva
 

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