Embrapa e Unesp descobrem como frigoríficos podem reduzir consumo de água em até 50%

Embrapa e Unesp descobrem como frigoríficos podem reduzir consumo de água em até 50%

Intervenções físicas geraram 15,5% de economia, que podem chegar a 48,6% com adoção integral de medidas propostas por pesquisadores

11 de julho de 2017

Uma pesquisa coordenada pela Embrapa Pesca e Aquicultura em 2014 e revelada agora descobriu que é possível reduzir o consumo de água pela metade em instalações frigoríficas de pescado de água doce. No caso de peixes marinhos, a redução seria de, no mínimo, 10%.

Danielle de Bem Luiz, engenheira de alimentos da instituição que coordenou o estudo, indica que é possível reduzir o uso de água em grande percentual nos entrepostos que apresentam a etapa de depuração previamente ao processamento.

É o caso dos frigoríficos de tilápia, que em geral usam água potável para eliminação de odores ou sabores desagradáveis na fase de depuração. A unidade analisada tinha produção diária média de filé de peixe fresco ou congelado de 7,6 toneladas, representando um rendimento de cerca de 30% do peso total dos peixes.

As inovações trazidas pelos pesquisadores propuseram mudanças nas estruturas e processos. A Embrapa destaca dois exemplos que foram aceitos pelos frigoríficos: um deles foi a troca do fluxo contínuo de água pelo uso por determinado período, sistema conhecido por batelada; outra medida implementada foi a instalação de bicos dosadores de pressão no salão de processamento e limpeza interna.

O trabalho concluiu que o consumo hídrico da indústria de pescado estudada caiu de 457 m³ para 386 m³ por dia após as intervenções físicas, mas poderia chegar a 235 m³ caso fossem empregadas outras possibilidades de minimização sugeridas.

Outra técnica, que não foi aplicada no estudo, mas está em andamento como tese de doutoramento na Universidade Estadual Paulista (Unesp), é a possibilidade de tratar 100% do efluente na fase de depuração, retornando a água ao sistema. Para Danielle, devem-se aplicar práticas para minimizar o uso de água no processamento sem comprometer a qualidade do produto final.

O conjunto de pesquisas e inovações foi coordenado pela pesquisadora e envolveu a Faculdade de Medicina Veterinária da Unesp (Araçatuba) e a Embrapa Agroindústria de Alimentos (Rio de Janeiro). Em breve, todo o esforço deve se converter em duas publicações.

“O ‘Plano de gestão hídrica e de resíduos para indústrias processadoras de pescado – foco em peixe’ vai apresentar modelo de gerenciamento hídrico industrial e de resíduos de processamento de peixe aplicável a entrepostos brasileiros de todos os portes”, indica Danielle.

A outra publicação programada é o ‘Processamento sustentável de peixes’, que trará “um diagnóstico do processamento de pescado no Brasil, técnicas de produção mais limpa e estudos de caso no projeto para distintas espécies (atum, sardinha, tilápia, salmão, dourado, tambaqui e pintado) aplicando o modelo de gerenciamento hídrico e de resíduos proposto no documento anterior”, salienta a pesquisadora.

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