Com bloqueio ao frango, retomada de pescado à Europa fica em segundo plano

Com bloqueio ao frango, retomada de pescado à Europa fica em segundo plano

"A visita foi incipiente ao setor de pescado", avalia Eduardo Lobo, presidente da Abipesca

20 de abril de 2018

A União Europeia (UE) deu a notícia que o agronegócio mais temia nos últimos anos: a suspensão de 20 frigoríficos (12 só da BRF) com argumento sanitário. A decisão foi anunciada ontem (19/04), seis dias depois de visita do ministro da Agricultura, Blairo Maggi, a Bruxelas.

O encontro do ministro com autoridades europeias surtiu pouco efeito, mas ainda havia expectativa de minimizar o impacto do embargo europeu, o que não aconteceu. Em meio a este clima, a possibilidade de reabertura das exportações do pescado à UE, embargada preventivamente pelo próprio Mapa, ficou em segundo plano.

Na coletiva de imprensa de 45 minutos concedida em 17/04, Maggi falou apenas 1 minuto sobre o pescado (assista ao vídeo, a partir do minuto 36): "Tratamos deste assunto na viagem. Segundo as autoridades com quem conversamos, enquanto não resolvermos o problema da certificação das embarcações, não teremos o retorno das importações."

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Ele disse que o Mapa está empenhado em resolver a situação, mas reiterou que a decisão foi preventiva e que o pescado não está na listagem de estabelecimentos embargados agora pela UE. "A visita foi incipiente ao setor de pescado", avalia Eduardo Lobo, presidente da Abipesca e da Câmara Setorial da Produção e Indústria de Pescado.

O executivo diz entender a estratégia de autoembargar preventivamente as exportações de pescado. "Diferente dos outros setores, que inclusive possuem envergadura para o tempo do painel e o custo da briga, temos que abrir sem o risco de sermos embargados por eles."

O secretário-executivo do Mapa, Eumar Novacki, reuniu-se com a Câmara na semana passada (11/04) e prometeu dar prioridade ao caso. Foi construído um painel com 10 pontos a serem cumpridos, dos quais três já foram cumpridos: vistoria emergencial de embarcações de congelamento e grande porte; reunião inicial no Inmetro Rio para discutir metodologia; e elencar diferenças entre exigências de importação por parte da Europa e Brasil.

Falta sugerir um cronograma de liberação gradual de Certificado Sanitário Internacional (CSI), que deixou de ser emitido em janeiro pelo Mapa, inviabilizando as exportações na prática. "Estamos confiantes porque o setor privado está unido, com um discurso só, e o Novacki está empenhado com sua equipe de assessores."

Enquanto isso, só prejuízo

A suspensão preventiva das exportações à UE teve claro impacto nas exportações brasileiras. As vendas externas saíram de um patamar de 6,4 mil toneladas, no primeiro trimestre de 2015, para um pico de 11,5 mil toneladas no ano passado.

Não fosse a suspensão, que afetou todas as espécies, certamente o mercado mundial teria incrementado os níveis de compra de pescado brasileiro. No entanto, o volume exportado de janeiro a março de 2018 caiu 51% em relação ao mesmo período de 2017.

O faturamento despencou: dos US$ 42,2 milhões gastos pelos estrangeiros com pescado brasileiro nos primeiros três meses de 2017, a receita caiu para US$ 28,3 milhões no mesmo período deste ano.

Crédito da foto: Sindipi

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