Consumo responsável de pescado: é possível no Brasil?
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Consumo responsável de pescado: é possível no Brasil?

Conceito consiste em incentivar o consumo de espécies de pescado que não estejam em sobrepesca e risco de extinção

Elane Cristine Correia Santose Luciana Lacerda - 29 de novembro de 2023

Este artigo foi escrito por Elane Correia, Luciana Lacerda e Meire Pereira. Confira mais informações sobre as autoras no final da publicação ou clique aqui para ler outras publicações.
 
Apesar da grande notoriedade nos EUA através das redes de supermercados Whole Foods, Wegmans, Hy-Vee e em algumas redes na Europa, o consumo responsável de pescado não é muito presente no varejo brasileiro.
 
O conceito consiste em incentivar o consumo de espécies de pescado que não estejam em sobrepesca e risco de extinção, sinalizando no ponto de venda com comunicação visual e placas sobre cada tipo de pescado e sua criticidade existencial.
 
Através de trabalhos de mapeamento de recursos pesqueiros realizados por órgãos privados e ONGs, os supermercados produzem em suas peixarias um sortimento com indicações de consumo em cores diferentes de acordo com a disponibilidade dos peixes, crustáceos e moluscos nos mares e rios.
 
Os produtos sinalizados em verde, por exemplo, estão fora de riscos de sobrepesca, vulneráveis ou extinção. Ou seja, são oriundos de fontes que atendem às questões de sustentabilidade e a recomendação é de consumo livre.
 
O amarelo sinaliza o nível médio de criticidade. Nele, há algum problema em relação ao estado do estoque da espécie, o método de pesca ou cultivo, que deve ser resolvido por meio da gestão pesqueira e é indicado o consumo moderado. 
 
Já no vermelho, são as espécies que se encontram em sobrepesca e risco de extinção> Provenientes de locais que não atendem às questões de sustentabilidade, para as espécies nesta faixa o consumo não é recomendado. 
 
A ideia é levar informação para os consumidores e despertar o senso crítico em relação às questões de meio ambiente da vida marinha. Além disso, deixar disponível para os clientes todos os tipos de pescado de acordo com o seu nível de sobrepesca e de forma natural levar a uma conscientização, mas sem imposição.
 
Alguns trabalhos de levantamento de dados sobre quais espécies se encontram em níveis de vulnerabilidade, sobrepesca e risco de extinção foram elaborados pelo Greenpeace fora do país. E no Brasil, pelo World Wildlife Fund (WWF).
 
No caso do Greenpeace, realizaram trabalhos junto aos supermercados para avaliação através de requisitos como: políticas, iniciativas e transparência em relação aos produtos comercializados. Da avaliação, elaboraram um ranking de acordo com pontuações de conformidade e não conformidades do atendimento das questões divulgadas como praticadas pelas redes.
 
Já a WWF desenvolveu no Brasil um Guia Responsável de Consumo de Pescado, onde através do mapeamento de 38 espécies mais consumidas no País indicou a criticidade em alguns estoques e mudanças nos hábitos de consumo.
 
De acordo com o documento da WWF, “caso nada mude no fraco sistema de gestão pesqueira, no longo prazo a exploração comercial de algumas espécies poderá se tornar inviável do ponto de vista econômico, podendo impactar a cadeia alimentar e causando um efeito em cascata levando o meio ambiente e toda atividade pesqueira ao colapso.”
 
No varejo nacional, temos algumas iniciativas visando o incentivo a consumo de pescado não-convencionais nas peixarias das lojas do Grupo Pão de Açúcar com o título “Diversidade de Consumo”.
 
A rede traz na comunicação visual dos balcões de exposição de produtos frescos as práticas realizadas na Central de pescado frescos como atendimento às épocas de defeso, tamanho mínimo de captura, registro de origem (RGP), se está fora do risco de extinção e com chancela do SIF.
 
Em outras redes, no Carrefour, por exemplo, há iniciativas visando a comercialização de pescado com selo ASC, promovendo a divulgação dos produtores, qualificação de fornecedores quanto ao atendimento das normativas e a selos internos com a qualidade desde origem. 
 
Já nos supermercados Mambo, o foco é em torno da padronização dos fornecedores em relação às épocas de defeso.
 
Portanto, no Brasil, temos muitas oportunidades de crescimento do fomento ao consumo de espécies pouco conhecidas atrelado ao marketing da diferenciação de sabor, textura, modos de preparo e práticas sustentáveis com movimento em conjunto entre o setor produtivo, redes varejistas, chefs de cozinha e restaurantes. Tudo isso trazendo à tona a importância do tema para o futuro dos recursos pesqueiros e alimentação saudável para as próximas gerações.
 
Fontes de referência:
PORTARIA MMA Nº 445, DE 17 DE DEZEMBRO DE 2014;
INSTRUÇÃO NORMATIVA MMA Nº 53 DE 22 DE NOVEMBRO DE 2005;
https://www.wwf.org.br/?70483/WWF-Brasil-lanca-Guia-de-Consumo-Responsavel-de-
http://seafood.greenpeaceusa.org/grocery-store-scorecard/. 
 
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Sobre Elane Cristine Correia Santos
 
  • Consultora Técnica Comercial (Equali-z | EC Consultoria). Zootecnista graduada pela Universidade Estadual Paulista (Unesp). 12 anos de experiência na cadeia de pescado (frescos, congelados, salgados seco e sushi) / GPA - produção, indústria, inspeção, distribuição, varejo, estratégias de venda, marketing, sustentabilidade e desenvolvimento de produtos/equipamentos. elane.correia@equali-z.com
 
Sobre Luciana Lacerda
 
  • Zootecnista, fundadora da Equali-z, empresa especializada em Qualidade de processos e produtos. luciana.lacerda@equali-z.com
 
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