Consultor da FAO faz diagnóstico sobre panga no Brasil para dar subsídio à Seap

Consultor da FAO faz diagnóstico sobre panga no Brasil para dar subsídio à Seap

30 de outubro de 2018

por Fabi Fonseca

A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) e a Secretaria Especial de Pesca e Aquicultura do Brasil (Seap) selecionaram o engenheiro de pesca e consultor em piscicultura de espécies exóticas Max Joel Mucha Franco para entender melhor a cadeia produtiva do pangasius no País.

Franco terá a incumbência de desenvolver estudos sobre potencialidades e riscos na piscicultura do panga dentro do Termo de Referência - TR 144, firmado por várias entidades, como a Seap e a FAO, ainda no âmbito do extinto Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA).

Popularmente conhecido como panga, o Pangasius hypophthalmus vem ganhando espaço na piscicultura nacional e entrou na lista de estudo das instituições. Para compreender melhor a cadeia produtiva, a FAO e a Seap focam a consultoria principalmente em São Paulo, onde há a maior quantidade de produtores. O Estado foi o primeiro a regulamentar a criação da espécie a ser explorada comercialmente para consumo humano.

De acordo com o engenheiro, o relatório vai ajudar os produtores do pescado, pois engloba várias questões importantes, como: levantamento da situação de produção aquícola e importância comercial da espécie no país, e no mundo, identificando os sistemas de produção e as tecnologias de cultivo.

[caption id="attachment_10052" align="alignleft" width="257"] Max Joel Mucha Franco, consultor FAO/Seap dedicado à pesquisar a cadeia do panga no País[/caption]

Haverá um levantamento bibliográfico, relacionando aspectos zootécnicos, econômicos, social e ambiental; apontando as vantagens e desvantagens dos sistemas de cultivo e comercialização. Também está previsto um Estudo de Viabilidade Técnica e Econômica (EVTE) que colhe dados de campo para indicadores que determinam o custo de produção até a comercialização do peixe.

O projeto conta ainda com um plano de articulação institucional da cadeia produtiva, para saber como o cultivo funciona atualmente, quem são os produtores, empresas envolvidas, associações, órgãos ambientais etc.

“Tem sido muito interessante este trabalho, a gente tenta estruturar a cadeia. Conversei com outras pessoas e futuramente vão surgir pesquisas importantes para determinar a qualidade do pescado no país, já que o panga tem uma fama ruim”, disse o consultor.

Fases do projeto
As visitas técnicas do pesquisador deverão render quatro produtos de pesquisa com os temas citados acima. Foram enviados dois relatórios preliminares e o término da consultoria está previsto para janeiro de 2019.

Para Franco, o resultado será altamente relevante: “com o auxílio dos relatórios, a Secretaria terá um respaldo técnico para a criação do panga. Atualmente ela não se posiciona contra ou a favor, e o trabalho do consultor apontando as vantagens e desvantagens auxilia no consenso”.

Gaetano Furno é presidente da Associação Brasileira de Criadores de Pangasius (ABCPanga) e acompanhou o consultor durante três dias no interior de São Paulo: “Nos dias que passamos juntos, ele [pesquisador] nos deu parecer positivo em todas as regiões visitadas”. A ABCPanga apoia a pesquisa e já ajudou na normatização do peixe no Rio Grande do Norte e Sergipe, enquanto Maranhão, Piauí e Ceará vão pelo mesmo caminho.

A doutora e professora Luciana Akemi, da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), também esteve presente em algumas visitas com Franco. Coordenadora da Diretoria de Pesquisa da ABCPanga, disse à Seafood Brasil que atualmente estão realizando uma série de eventos que vão além de São Paulo.

Agenda do pangaBR
Em setembro deste ano a ABCPanga participou da Aquaciência em Natal (RN), onde a professora proferiu a palestra: "O cultivo do panga no Brasil - Realidade ou perspectiva futura?". No próximo dia 10 de novembro acontecerá o III Workshop Brasileiro do Pangasius – Edição Maranhão, das 08h às 17 hs nas instalações do Instituto Educacional de ciência e tecnologia do Maranhão (IEMA) no Engenho Central da cidade de Pindaré Mirim.

Na sequência, a ABCPanga volta ao Rio Grande do Norte para a segunda participação na XV Feira Nacional do Camarão (Fenacam), onde realizará palestras com os temas: "Avanços Técnicos na Reprodução, Alevinagem e no Cultivo do Pangasius no Brasil" e "Viabilidade Econômica da Produção e Perspectiva de Mercado para o Pangasius no Brasil". O evento será de 13 a 16 de novembro, das 14h às 22hs no Centro de Convenções de Natal.

A entidade programa ainda outras palestras que pretendem mostrar a viabilidade produtiva e econômica da espécie, além de apresentar possíveis linhas de crédito para produtores iniciarem a criação conforme as necessidades de cada região.

Enquanto isso, no exterior

A falta de credibilidade da espécie é mundial. Atentos a isso, a Direção Vietnamita de Pesca (D-Fish) e o WWF Vietnã lançaram em setembro deste ano um projeto colaborativo pelo Aquaculture Stewardship Council (ASC), que fornecerá orientações úteis para que os aquicultores vietnamitas obtenham a certificação ASC.

O novo benchmark ASC-VietGAP compara o padrão vietnamita de aquicultura, VietGAP, e os padrões ASC para camarão, pangasius e tilápia. Os aquicultores que obtiveram a certificação VietGAP e desejam obter o ASC agora podem se concentrar nas áreas de diferença entre as padrões, o que simplifica o processo.

ABCPanga, Aquaciência, aquicultura, ASC, cadeia produtiva, D-Fish, FAO, Fenacam, Gaetano Furno, III Workshop Brasileiro do Pangasius, Luciana Akemi, Max Joel Mucha Franco, panga, pescado, Seap, WWF Vietnã

 
publicidade 980x90 bares
 

Notícias do Pescado

 

 

 
SeafoodBrasil 2019(c) todos os direitos reservados. Desenvolvido por BR3