Restrição a exportações e sem pavilhão brasileiro: o que esperar da feira de Bruxelas este ano?

Restrição a exportações e sem pavilhão brasileiro: o que esperar da feira de Bruxelas este ano?

Será a primeira vez desde 2009 que o País não terá um espaço para receber os importadores estrangeiros no evento mais importante do setor no mundo

20 de abril de 2018

Sem nada concreto sobre a possibilidade de reabertura do mercado europeu, os brasileiros irão para o outro lado do balcão na Seafood Expo Global 2018, entre 24 e 26 de abril, em Bruxelas (Bélgica). A suspensão da Europa e a ausência de um pavilhão do País joga todos os holofotes sobre a matéria-prima importada, fornecida na feira por mais de 1899 empresas globais.

O amplo cardápio de Bruxelas vai encaixar com a recuperação do apetite pelo pescado que iniciou no ano passado e segue parcialmente em 2018, como mostram os dados de importação do Brasil. Em 2017, o País gastou 19,8% a mais com pescado do que no ano anterior, importando o equivalente a 383,6 mil toneladas – volume 14,3% maior que em 2016.

O ritmo deste ano mostra uma aceleração do desempenho de alguns produtos. No primeiro trimestre, as compras de salmão resfriado do Chile cresceram de 17 mil toneladas em 2017 para 20,5 mil de janeiro a março. A merluza argentina está em ascensão nos últimos três anos consecutivos, chegando a 9,1 mil toneladas no primeiro trimestre.

Ainda nos filés brancos, os de panga caíram de 15,5 mil toneladas para 10 mil toneladas no mesmo período, enquanto os de polaca do Alasca tiveram uma leve queda de 3% em 2018, depois de despencarem 49% em 2017.

Estande brasileiro

O governo brasileiro, que garantiu a presença na Seafood Expo North America este ano por meio de uma ação da Apex-Brasil, decidiu não instalar o tradicional pavilhão nacional na feira de Bruxelas por conta do imbróglio das exportações à UE.

Apesar do esforço de André Pereira, representante do serviço comercial da embaixada do Brasil em Bruxelas, não houve liberação de verba. “Participo do evento desde 2005, quando montamos um estande muito simples e evoluímos muito ao longo dos anos, apesar das limitações orçamentárias. Nunca deixei de lutar pelo setor, mas desta vez não foi possível aprovar esta verba.”

Será a primeira vez desde 2009 que o País não terá um espaço para receber os importadores estrangeiros no evento mais importante do setor no mundo. Em 2016, a embaixada garantiu a participação brasileira com um estande modesto de 20m², depois de o governo federal cancelar qualquer investimento na feira.

Em 2017, o estande brasileiro contou com 31 empresas expositoras e três associações setoriais. O pavilhão ocorreu por conta de uma articulação entre o Ministério das Relações Exteriores (MRE) e o Ministério da Agricultura (Mapa), promovida pela Secretaria de Relações Internacionais do Agronegócio (SRI), em parceria com a Secretaria de Aquicultura e Pesca (SAP).

A única empresa brasileira com estande na Seafood Expo Global será a Prime Seafood, que estará no Hall 9  (#4369) com um estande de XX m².

Tendências da feira

Com base nos lançamentos que concorrerão ao prêmio Seafood Excellence Awards, a organização preparou as principais tendências em produtos:

Conveniência aos consumidores: mais e mais conveniência para os consumidores, como kits que incluem todos os ingredientes e facilitam a realização de receitas difíceis em casa, opções cada vez mais prontas para cozinhar ou já prontas para consumo.

Conveniência para o restaurante: itens totalmente preparados estão muito em evidência. Esses produtos reduzem os custos de mão-de-obra e proporcionam uma experiência de sabor consistente, com controle de porções, custo e estoque.

Variedade: Várias combinações de sabores no mesmo pacote para adicionar mais variedade aos consumidores e fornecedores.

Sabores exóticos: Além dos sabores mais comuns do Japão, México e Itália, este ano também temos os sabores do Marrocos, Havaí e Escandinávia.

Cozinha de fusão: Combinando os sabores de um país e o formato de outro.

Tradição autêntica: Empresas destacando processos tradicionais, usando técnicas seculares e funcionários que dominam seu ofício.

Poke, Poke, Poke: poke é uma tendência global e será visto em todo a feira. Na competição, o foco é em tigelas prontas para comer.

Novos formatos para o atum: O atum vai além do bife e da lata com novas tecnologias para porções e fatias de atum.

Salmão defumado: tradicionalmente há muito salmão defumado, mas este ano também veremos salmões defumados selados, temperados com manga, cerveja, especiarias natalinas e pimenta rosa, e apresentados no formato de rosa.

André Pereira, Bruxelas, Embaixada do Brasil em Bruxelas, Mapa, MPA, MRE, pescado, Seafood Expo Global, Seap

 
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