Camarão tailandês é produzido por escravos, diz jornal inglês; produto é vendido por grandes redes
13 de junho de 2014
Crédito da imagem: Tony Weeg Photography
Investigação conduzida pelo The Guardian denunciou trabalho análogo à escravidão na Tailândia, mais especificamente na produção de camarão de uma das maiores empresas de pescados do mundo a Charoen Pokpahand Foods, que vende para grande varejistas, como Walmart e Carrefour.
A empresa estaria comprando alimentos para suas criações de camarão produzidas por fornecedores que possuem, operam ou compram de outros barcos tripulados por escravos, segundo a investigação de seis meses do jornal inglês.
De acordo com o Guardian, o governo tailandês estima que cerca de 300 mil trabalhadores da indústria - 90% migrantes - estão sujeitos a serem traficados e escravizados. Segundo o jornal, os entrevistados disseram que trabalhavam em “terríveis condições, que tiveram de aguentar turnos de 20 horas seguidas, espancamentos regulares, tortura e até execuções. Alguns deles permaneceram no mar durante anos, e outros foram obrigados a tomar anfetaminas para aguentar ficar acordado”. As fontes do tablóide inglês ainda disseram que “foram obrigados a assistir à execução dos seus companheiros de trabalho”, de acordo com a matéria.
O diretor da CP Foods, Bob Miller disse que não defende o que está acontecendo e que sabe que "há problemas no que diz respeito à matéria prima", mas que a empresa não teria visibilidade sobre "até que ponto" vão essas questões, em comunicado oficial.
"Quem compra camarão da Tailândia, está comprando produto de trabalho escravo", acusa Aidan McQuade, diretor da Anti-Slavery International, em comunicado oficial.
A Tailândia é o maior exportador de camarão do mundo. País exporta cerca de 50 mil toneladas de camarão por ano, sendo que 10% desse número é produzido pela CP Foods.
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