Alta da carne bovina: pescado não apresenta grande aumento de consumo
Varejo

Alta da carne bovina: pescado não apresenta grande aumento de consumo

Mapa informou que os preços da carne bovina começaram a desacelerar no início de 2020

05 de fevereiro de 2020

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) informou que os preços da carne bovina começaram a desacelerar no início de 2020. Os valores elevados da proteína assustaram os consumidores no final do ano passado, que precisaram se adaptar aos novos preços (Leia mais aqui).
 
Segundo o coordenador-geral de Apoio à Comercialização da Agricultura Familiar do Mapa, João Antônio Salomão, não foram apenas as exportações que elevaram os valores da carne vermelha  “Neste período, há uma tendência de menor consumo de carne bovina, em virtude das férias e houve também uma mudança de hábito do consumidor que migrou para a compra de outros tipos carnes, como frango e peixes”, observa.
 
Procurado, o Mapa informou que o coordenador-geral fez uma inferência, pois é sabido que as proteínas concorrem entre si no momento da compra pelo consumidor. E disse que a coordenação não faz um acompanhamento sistemático do consumo de pescado.
 
Apesar do efeito substituição da carne vermelha, a indústria de pescado não viu um grande aumento no consumo. Guilherme Blanke, diretor da Noronha Pescados, considera que os valores elevados da carne bovina ajudaram “pouca coisa” nas vendas no final de ano. “O aumento da carne bovina repercutiu bem mais sobre a venda de frango. E o custo elevado do peixe não permitiu que o pescado pudesse absorver o que poderia com esse aumento da carne” pontuou.
 
Preços em queda
 
Conforme o Mapa, a redução na demanda pelo consumidor e no volume de exportações da carne bovina para a China têm provocado o recuo no preço do produto no varejo. Esse movimento reflete a variação no preço da arroba do boi gordo ao produtor que, em média, já caiu em torno de 5% desde o início do ano, segundo levantamento.
 
Os preços do boi gordo no dia 24d e janeiro estavam cotados entre R$ 170 e R$ 180. Em Mato Grosso do Sul, por exemplo, foi registrada uma queda 10,5%, na comparação entre o preço de R$ 190, em 30 de dezembro de 2019, e o fechamento na sexta-feira, em R$ 170.
 
A redução se torna ainda maior ao avaliar o comportamento do mercado em relação ao início de dezembro, quando a arroba chegou a R$ 216, conferindo uma queda da ordem de 21% em relação do dia 24 de janeiro.
 
O Ministério também verificou um recuo no preço da carne no levantamento divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE),  em 23 de janeiro. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), a prévia da inflação, captou uma forte desaceleração no valor do produto. De uma alta de 17,71% em dezembro, a variação no preço da carne chegou a 4,83% em janeiro, puxando a inflação para baixo.
 
No varejo, o Mapa considera que os preços devem seguir tendência de queda, em virtude da demanda enfraquecida. O valor de cortes traseiros, que têm cotações mais altas e mais sensíveis à variação do mercado, registrou forte queda, como a alcatra. Enquanto em dezembro esse corte teve uma variação de 21,26%, neste mês, foi 4,49%, de acordo com o IPCA-15, do IBGE.

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