Marketing no cardápio: estratégias para fomentar o consumo de pescado
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Marketing no cardápio: estratégias para fomentar o consumo de pescado

Estimular o conhecimento sobre os produtos e fomentar o aumento do consumo não é apenas papel dos órgãos públicos

Alberto Lyra - 17 de março de 2020

Em 2018, o Brasil produziu 722.560 toneladas de peixes de cultivo, um crescimento de 4,5% em relação ao ano anterior. O País também é o quarto maior produtor de tilápia, espécie que representa 55,4% da produção brasileira, e o maior produtor de tambaqui do mundo. Os dados são da Associação Brasileira da Piscicultura (PeixeBR), órgão que reúne empresas de todos os segmentos da cadeia produtiva, além de entidades de classe regionais.
 
Apesar do crescimento constante e contínuo, ainda há muito espaço para uma expansão do segmento por aqui. Isso porque, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o brasileiro consome apenas 9,5 kg de peixe por ano, valor bem abaixo da recomendação da Organização das Nações Unidas para a Agricultura (FAO), que é de 12 kg de pescado por habitante/ano.
 
Ou seja, mesmo consolidada, a piscicultura brasileira ainda tem um extenso potencial para ser explorado. Ainda mais em um País com condições naturais extremamente favoráveis à produção, ao cultivo e ao consumo dos pescado.
 
Estimular o conhecimento sobre os produtos e fomentar o aumento do consumo não é apenas papel dos órgãos públicos. É um trabalho que precisa ser realizado em conjunto para abranger a cadeia de ponta a ponta: do pescador ao consumidor final. Especialistas de todos os elos precisam estar unidos em ações que capacitem, incentivem e mostrem para a sociedade a importância do pescado para a saúde e, claro, para a economia brasileira.
 
É nesse contexto que precisa entrar em cena uma área que, às vezes, é deixada de lado pelo setor. O Marketing, assim como em outros segmentos, é essencial para mostrar as ações em curso, ressaltar os benefícios do pescado, e educar o mercado de maneira geral sobre as boas práticas na produção, sobre novas políticas implementadas e outros tantos temas relacionados.
 
Exemplos de iniciativas bem sucedidas nesse sentido não faltam, como é o caso da Semana do Pescado (antiga Semana do Peixe), evento que chega à 17ª edição em 2020 e que possui apoio de importantes organizações, como a própria ANR.
 
O encontro conquistou, ao longo dos anos, um grande espaço na mídia brasileira, o que também faz da imprensa uma aliada na missão de fomentar o mercado. A campanha “Coma Mais Peixe”, idealizada pela PeixeBR (em 2019) com o mote de garantir maior envolvimento da cadeia produtiva nacional, também merece menção. 
 
Outras importantes aliadas do marketing do pescado são as redes sociais, ferramentas ideais para concretizar ações de comunicação e interação com os públicos de interesse. Vale abusar da criatividade para sair do senso comum e criar um conteúdo que salte aos olhos dos leitores. 
 
Além do apelo de marketing, essa comunicação também deve ter caráter educativo, sempre lembrando sobre a importância de atestar e monitorar a procedência do pescado, de respeitar os períodos de defeso, definidos pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), e também, informar a respeito dos requisitos para efetuar uma pesca segura e dentro das normas estabelecidas. Isso tudo amplia a oferta de informação sobre a proteína para os compradores e para o consumidor final.
 
Os restaurantes podem contribuir com o marketing do setor trabalhando publicações em suas mídias que ressaltem o sabor e a beleza dos pratos feitos com pescados, além de investir em outras ações focadas diretamente no marketing do próprio cardápio.
 
 
Concursos, por exemplo, são uma boa maneira de engajar o público. Os clientes podem ser convidados a sugerir receitas familiares e o estabelecimento escolhe as melhores, dá ao prato o nome do autor e passa a incorporar no menu por um determinado período. Certamente, seria uma forma de fidelizar.
 
Promoções também são um caminho efetivo. As casas podem ofertar desconto em opções de vinho que harmonizem com peixe ou bonficar algum acompanhamento, estimulando o consumo desses pratos. Buscar formas inovadoras de criar receitas também é essencial. Outro fator que pode impulsionar a escolha do peixe é incluir no cardápio referências sobre os benefícios de seu consumo.
 
Tudo isso aumenta o conhecimento, cresce o desejo por novas experiências e, por consequência, faz girar a roda da economia para toda a cadeia. Ou seja, com comunicação, criatividade, capacitação e mão na massa, o segmento atingirá todo seu potencial no País: nos mares e rios, na exportação, na mesa e no dia a dia do brasileiro.
 
 
Créditos da imagem: Pixabay

Sobre Alberto Lyra
 
  • Diretor executivo da Associação Nacional de Restaurantes (ANR)
 
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